A comissão externa que investiga as denúncias de pagamento de propina nas negociações entre a empresa holandesa SBM e a Petrobras vai entregar todo o material apurado desde o início dos trabalhos para a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que será instalada para investigar a Petrobras.
O relatório preliminar do coordenador do grupo, deputado Maurício Quintela Lessa (PR-AL), já foi entregue à outra CPI sobre a Petrobras que se desenvolve no Senado.
Nesta semana, o deputado Fernando Francishini (SD-PR) se encontrou com o juiz federal Sérgio Moro, que coordenou a Operação Lava Jato, da Polícia Federal (PF).
Leia mais:
STF retoma julgamento sobre responsabilidade de redes por conteúdos
Percentual de jovens que não estudam nem trabalham é o menor da série histórica, diz IBGE
Candidatos incluídos no Concurso Nacional Unificado devem enviar títulos até esta quinta-feira
The Town terá Green Day, Sex Pistols, Iggy Pop e Pitty em noite do rock em 2025
Doleiro na Petrobras
A investigação da PF detectou que um dos personagens principais do esquema, o doleiro Alberto Youssef, tinha ligações com o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa, preso até o início desta semana, mas solto pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki.
De acordo com Francischini, a intenção era pedir para o juiz a quebra do sigilo do inquérito para poder averiguar se há envolvimento com a empresa.
Mas o inquérito foi todo para STF o porque surgiram indícios do envolvimento de parlamentares com o doleiro. A comissão terá então que requerer ao STF o acesso aos documentos.
Dificuldades para investigar
Quintela Lessa explicou em seu relatório que a comissão teve muita dificuldade para desenvolver seu trabalho porque não tem poderes para convocar testemunhas nem quebrar sigilos, como têm as comissões de inquérito. Assim, ele sugeriu que Paulo Roberto Costa seja ouvido pelas CPIs.
O relatório também sugere a quebra dos sigilos telefônico, fiscal e bancário do representante da SBM no Brasil, Julio Faerman. Há a suspeita de que ele seria o intermediário do pagamento de propina a funcionários da Petrobras.
"Sangrando dinheiro público"
Para Francischini, mesmo com as limitações, o trabalho feito pela comissão externa vai facilitar o início da CPMI: "Estamos trilhando um caminho que a CPMI vai ter que fazer. Nós vamos economizar tempo e levar informações consistentes. A nosso ver é uma organização criminosa que está sangrando o dinheiro público, principalmente da Petrobras".
A CPI do Senado já aprovou a convocação de Julio Faerman. A CPI Mista ainda aguarda as indicações do Senado para começar os trabalhos. Serão 32 integrantes.
Os 16 nomes da Câmara já foram indicados. Se até terça-feira (27) não forem indicados todos os nomes, o presidente do Senado, Renan Calheiros, deverá indicá-los.