Brasil

Cristiano Carvalho nega ser chefe da Davati no Brasil e minimiza menção a Michelle Bolsonaro

15 jul 2021 às 11:09

À CPI da Covid no Senado, o vendedor Cristiano Carvalho negou ser chefe da Davati Medical Supply no Brasil. Ele disse que as negociações em nome da empresa saíram do controle, alcançando governo federal, estados e prefeituras.


"Não tenho vínculo empregatício, não tenho contrato, nunca fui remunerado para fazer essa aproximação da Davat com o governo brasileiro", afirmou.


Cristiano disse que foi chamado de forma "equivocada e folclórica" de CEO da empresa pelo policial militar Luiz Paulo Dominghetti, que também participava das negociações de vacinas.


"(A negociação) Tomou uma dimensão bem grande, porque através do reverendo Amilton [Gomes de Paula, da ONG Senah], que fez um grande trabalho com a representação de vacinas no Brasil, muitas prefeituras do Brasil inteiro, até estados, começaram a procurar a Davati para resolver a questão da falta de vacina", disse.


Segundo Cristiano, houve negociações com 4 consórcios de prefeituras, com o governo de Minas Gerais e com o governo federal.


Ele afirmou ainda que declaração do Dominguetti sobre ele ser CEO é fantasiosa. Também minimizou menções a primeira-dama Michelle Bolsonaro em diálogos registrados no celular do policial militar.


"Se criou um folclore sobre as pessoas envolvidas. E ainda tem um folclore sobre as pessoas envolvidas. Um é o ceo, o outro é a Michelle [Bolsonaro], o presidente", disse Cristiano.


"Nunca me apresentei a ele como CEO da Davati e ele sempre soube que eu era só mais um vendedor da Davati no Brasil", disse.


Dominghetti tratava Cristiano como CEO da Davati no Brasil, mas o dono da empresa, Herman Cardenas, disse que a testemunha desta quinta-feira da CPI era apenas um vendedor autônomo que representou a sua companhia nas tratativas com o governo. (Julia Chaib e Mateus Vargas)


Aprovação de requerimentos


A CPI da Covid aprovou 34 requerimentos nesta quinta-feira (15), entre eles um pedido da CPI para ter acesso aos registros de entrada no Ministério da Saúde do reverendo Amilton Gomes da Paula, o vendedor de vacinas Luiz Paulo Dominghetti Pereira e o representante da Davati no Brasil, Cristiano Alberto Carvalho.


O reverendo entrou no radar da comissão pois teria recebido autorização do Ministério da Saúde para negociar a compra de 400 milhões de doses da Astrazeneca, através da empresa Davati Medical Supply.


Já Dominghetti afirmou em entrevista à Folha de S. Paulo que recebeu pedido de propina de US$ 1 por dose em troca de fechar contrato com o Ministério da Saúde.


Foi aprovado outro requerimento que autoriza o acesso da comissão ao contrato entre a Precisa e a Barath Biotech, o qual foi mencionado diversas vezes durante o depoimento da diretora técnica da Precisa Medicamentos, Emanuela Medrades.


A empresa foi responsável por intermediar com o Ministério da Saúde a venda da vacina Covaxin, do laboratório indiano Bharat Biotech. Essa negociação é investigada pela comissão por suspeita de irregularidades e uma suposta pressão atípica, denunciada por servidor da Saúde, para sua aprovação.


A comissão também solicitou que, no prazo de dez dias, o Ministro da Saúde preste informações sobre a VTCLog.
A companhia recebe, armazena e controla a distribuição de todas as vacinas, soros, medicamentos, praguicidas, kits para diagnóstico laboratorial e outros insumos do Ministério da Saúde, incluindo os da Covid-19.


Outro requerimento aprovado é a autorização e colaboração da equipe técnica da CPMI das Fake News para auxiliar os trabalhos da CPI da Covid. Além disso, requer o compartilhamento das informações obtidas pela CPMI das Fake News sobre os dados enviados pelo WhatsApp e pelo Facebook.


A comissão ainda solicitou que o Facebook preste informações sobre os conteúdos ligados a contas do governo que teriam sido impulsionados ou que receberam alta visualização na plataforma.


O requerimento requer que a empresa envie a lista "de conteúdos relacionados a pandemia de Covid-19 que foram removidos ou teve alcance limitado promovidos por perfis verificados" e os perfis verificados que tiveram posts ligados ao coronavírus que foram removidos.

Além desses, a CPI pediu acesso a todos os emails recebidos por três endereços do Ministério da Saúde, entre eles o referente à Secretaria Executiva, para verificar todas as conversas e negociações que foram feitas para a compra de vacina.


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