Em cerca de um ano, o Projeto Mulheres Encarceradas concedeu assistência jurídica às presas do estado de São Paulo, garantindo benefícios a 2,9 mil detentas. Com a atuação de 141 defensores públicos, foi possível atender às 90 unidades prisionais femininas do estado. Foram feitos pedidos de liberdade, progressão de regime, livramento condicional, indulto e prescrição, entre outros. A iniciativa tem o apoio da Secretaria de Políticas para as Mulheres.
Um levantamento com 1.340 das 3.731 providências tomadas pela defensoria indicou que em 10% dos casos foi concedida liberdade imediata para a mulher e em 12% houve a progressão de regime. Os pleitos com maior percentual de sucesso foram as remissões de pena, com 73 % de casos atendidos, as prescrições (67%), a progressão de regime (50%) e transferência de estabelecimento (47%).
O trabalho mostrou ainda que 68% das 11 mil presas do estado declararam não ter advogado contratado. Essas pessoas não teriam como garantir seus direitos sem a atuação da defensoria, diz o subdefensor público-geral, Davi Depiné. "O grande problema da falta de acesso à Justiça na esfera prisional é porque o processo não é automático", ressalta. "Então, quando a pessoa não tem condições de contratar um advogado ou não tem acesso à Defensoria Pública, ela fica refém desse processo penal ainda muito frágil para observar o direito das pessoas presas", completa.
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Depiné lembra que falta de atendimento jurídico acaba levando pessoas para o sistema prisional desnecessariamente. "Quando você analisa os casos concretos, há muitas situações em que homens e mulheres são presos e que não deveriam ter sido. Ou porque são crimes pequenos, que comportariam penas alternativas, ou porque aquela pessoa ficou presa por tempo demasiado", explica.