Após passar a noite em uma sala administrativa adaptada, da Superintendência da Polícia Federal, o senador Delcídio do Amaral (PT-MS) amanheceu "menos assustado" do estava na última quarta-feira (25), após ter a detenção decretada pelo Supremo Tribunal Federal (STF). A informação foi repassada à Agência Brasil por seu assessor Eduardo Marzagão, com quem conversou na manhã desta quinta-feira (26).
Segundo Marzagão, o senador deverá se encontrará ainda pela manhã com seu advogado, Maurício Silva Leite, antes de prestar depoimento às autoridades. Ele não soube informar a que horas o depoimento será prestado.
O assessor visitou Delcídio após o Senado ter respaldado a decisão do STF em manter Delcídio detido. "Não conversamos nada sobre a decisão do Senado. Minha preocupação é com o estado de saúde do senador, que tem problemas digestivos que podem ficar acentuados pela tensão pela qual ele passa. Levei comida, café, roupas de cama e o livro A Origem do Estado Islâmico, do jornalista [irlandês] Patrick Cockburn."
Leia mais:
Mulher que viralizou ao não ceder assento vai processar mãe após exposição
Famílias que ganham até R$ 1.200 por mês usam 82% dos recursos aplicados no SUS
Concurso dos Correios tem 2 milhões de inscritos
Novo plano para combater câncer de colo do útero tem foco em rastreio e vacina
"Na conversa que tive há pouco com o senador, vi que ele está bem melhor do que ontem. Ontem ele estava bastante assustado e, a exemplo de todos que o conhecem, surpreendido com o ocorrido. Mas disse também estar tranquilo, sereno, confiante e absolutamente convicto de que a situação vai se reverter", acrescentou Marzagão.
STF
Na quarta-feira (25), o advogado do senador disse estar inconformado com a decisão da Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) de referendar a prisão do parlamentar. De acordo com Maurício Silva Leite, a Constituição não autoriza a prisão processual de um congressista. Em nota à imprensa, Leite disse que tem convicção de que a decisão será revista e questionou a credibilidade do depoimento do ex-diretor da Área Internacional da Petrobras Nestor Cerveró, delator que, segundo o advogado, já foi condenado e que, há muito tempo, vem tentando obter favores legais com o oferecimento de informações.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) usou depoimentos da delação premiada de Nestor Cerveró e do filho dele, Bernardo Cerveró, para pedir a prisão do senador; de André Esteves, dono do Banco BTG Pactual; do ex-advogado de Cerveró Edson Ribeiro, e do chefe de gabinete do senador, Diogo Ferreira. As prisões foram autorizadas dia 24 pelo ministro Teori Zavascki, do Supremo.