Três detentos do regime semiaberto começam nesta quarta-feira (23) a trabalhar no canteiro de obras do Estádio Mané Garrincha, que passa por reformas para abrigar os jogos da Copa do Mundo de 2014. Os presos são atendidos pelo programa Começar de Novo, do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que tem o objetivo de ajudar na ressocialização, capacitação e profissionalização de presos.
De acordo com o juiz auxiliar da presidência do CNJ Daniel Issler, essa oportunidade de trabalho ajuda os presos a "encontrar um caminho diferente" e a dar início a um processo de reintegração para um convívio saudável no futuro. "É fundamental essa integração do preso com a sociedade e, para isso, o programa Começar de Novo abre portas ao trabalho. E, como consequência, há a redução de incidências no crime", disse.
Segundo o juiz auxiliar da presidência do CNJ, os presos vão receber uma bolsa ressocialização no valor de um salário mínimo, além de auxílio transporte e alimentação. O trabalho também ajuda na remissão da pena. "Os detentos terão o benefício da diminuição da pena: a cada três dias trabalhados correspondem a um dia a menos na duração da pena", destaca o juiz.
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Para João Batista da Silva, 33 anos, preso há dois anos e seis meses por assalto a mão armada, afirma que a chance de trabalhar veio na hora certa. "Vou abraçar essa oportunidade, quero mudar de vida daqui pra frente e, quando sair, quero seguir minha profissão de serralheiro. Tenho que firmar meus pés no chão e esse serviço me ajudará muito", destacou.
A possibilidade de trabalho para presos nas obras da Copa de 2014 faz parte de uma parceria entre o Ministério dos Transportes, o CNJ, o Comitê Organizador da Copa de 2014, a Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil (Novacap) e a Fundação de Amparo ao Preso (Funap).
O Programa Começar de Novo tem como pilar a inclusão produtiva, a qualificação profissional e a proteção social às famílias, consideradas fundamentais para reinserção dos egressos do sistema carcerário à sociedade e para a redução da reincidência. Brasília é a segunda cidade a adotar o programa. A primeira foi Cuiabá (MT).