Uma disputa com proprietários de uma usina de beneficiamento de cana-de-açúcar pode estar por trás dos assassinatos de três integrantes do Movimento para Libertação dos Sem Terra (MLST) ocorrido ontem no Triângulo Mineiro. No entanto, a Polícia Civil afirma que ainda não descartou nenhuma hipótese e investiga a possibilidade de os sem-terra terem sido mortos por causa de uma briga por poder dentro do próprio movimento. Apenas a possibilidade de eles terem sido vítimas de latrocínio - roubo seguido de morte - não é levada em conta, já que foram encontrados no local cartões de crédito, dinheiro e outros pertences dos mortos.
Valdir Dias Ferreira, de 39 anos, Milton Santos Nunes da Silva, de 52, e Clestina Leonor Sales Nunes, de 48, foram executados com tiros na cabeça na MGC-455, altura do distrito de Miraporanga, próximo a Uberlândia. Eles haviam saído de carro de Prata, onde o movimento mantém acampamento na fazenda São José dos Cravos, quando foram fechados por um veículo cinza. Ferreira e Silva foram atingidos ao descerem do carro para verificar o que ocorria. Clestina nem teve tempo de sair do veículo.
A única sobrevivente do crime foi uma criança de 5 anos, neta de Milton e Clestina, que a polícia ainda não sabe se foi poupada ou se não foi vista pelos criminosos. A Polícia Militar levantou a hipóteses de rixa interna para o crime porque as vítimas teriam se desentendido com outros integrantes do movimento, do qual Milton era um dos líderes. No entanto, o menino afirmou que não conhece a dupla que executou os sem-terra.
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O secretário de Estado de Defesa Social (Seds) de Minas, o procurador de Justiça Rômulo Ferraz, determinou "prioridade absoluta" para a apuração do caso, que está a cargo da Delegacia de Homicídios de Uberlândia, mas cuja investigação também terá a participação de integrantes do Departamento de Investigações de Homicídios e Proteção à Pessoa (DIHPP) de Belo Horizonte. Até o fim da tarde de hoje, porém, ninguém havia sido preso.