Preso na quarta-feira (19) pela Polícia Federal na Operação Lava Jato, o ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha passou a noite sozinho em uma cela de 12 metros quadrados em Curitiba. Cunha foi detido em Brasília e levado durante a tarde para a sede da Operação Lava Jato na capital paranaense. Ainda nesta quinta-feira (20), o ex-deputado passará por um exame de corpo de delito.
A prisão de Cunha foi decretada pelo juiz federal Sergio Moro, que acolheu os argumentos da Procuradoria da República segundo os quais o ex-deputado em liberdade representa um "risco" para as investigações. Isso porque, mesmo após ter seu mandato de deputado cassado e perder o foro privilegiado, Cunha permanecia na ponte aérea entre Rio de Janeiro e Brasília, onde participava de reuniões políticas e mantinha influência no Congresso. Cunha é acusado pelos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e evasão de divisas.
Ele é suspeito de ter recebido R$ 5 milhões em propina em contas na Suíça abastecidas com dinheiro de contratos de exploração de petróleo na África. No despacho em que decretou a prisão de Cunha, o juiz Sergio Moro disse que há indícios de que o político pratica crimes de forma "reiterada", "profissional" e "sofisticada".
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De acordo com fontes políticas, Cunha já sabia que poderia ser preso pela Lava Jato e se preparou. Ele fez uma lista com informações e nomes de alto escalão. Um dos maiores temores em Brasília é a possibilidade de uma delação premiada. Desde que perdera o mandato de deputado, Cunha vinha se dedicando à sua defesa e a um livro sobre o impeachment da presidente Dilma Rousseff e a crise política brasileira que pode ser visto como uma espécia de "delação informal".