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Operação Lava Jato

Ex-executivo da Engevix tentou influenciar testemunhas, diz procurador

Agência Brasil
21 set 2015 às 14:51

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O procurador da República Carlos Fernando dos Santos Lima, da Operação Lava Jato, informou nesta segunda-feira (21) que José Antunes Sobrinho, ex-executivo da empresa Engevix, tentou entrar em contato com testemunhas para "alterar a verdade dos fatos". Sobrinho foi preso na 19ª fase da operação. A nova etapa de investigações é, segundo o procurador, um "rescaldo de operações anteriores", que se revelaram insuficientes.

Intitulada Nessun Dorma (que ninguém durma, em tradução livre do italiano), a 19ª fase foi deflagrada pela manhã pela Polícia Federal (PF), mobilizando 35 policiais para cumprir 11 mandados judiciais, sendo sete de busca e apreensão, um de prisão preventiva, um de prisão temporária e dois de condução coercitiva (quando a pessoa é levada à polícia para prestar depoimento). As ações da PF foram feitas em Florianópolis, São Paulo e Rio de Janeiro.

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Nessa etapa, PF e Ministério Público Federal (MPF) investigam um contrato de R$ 140 milhões envolvendo as empresas Engevix e a Aratec – esta última ligada ao ex-presidente da Eletronuclear Othon Luiz Pinheiro da Silva, que está preso em Curitiba. Ainda não há uma estimativa sobre quanto foi destinado ao pagamento de propinas.

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"O valor desviado será objeto da perícia. Só depois poderemos dizer quanto foi desviado", disse o procurador, ao informar ter identificado pagamentos de propina a partir de movimentações financeiras feitas em janeiro deste ano.

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Em depoimento à Polícia Federal, Othon Pinheiro da Silva disse que os pagamentos recebidos pela Aratec, por meio da Eletronuclear, e citados pela acusação, ocorreram antes da assinatura do contrato com o consórcio de Angra 3. Segundo ele, os valores referem-se a serviços de tradução prestados por sua filha. Ele afirmou também na PF que, após ingressar na estatal, passou o comando da empresa para a filha.


Neste momento, a PF está cumprindo um mandado de prisão temporária contra um lobista encarregado de fazer lavagem de parte do dinheiro desviado. O nome dele não foi informado sob a justificativa de que pode comprometer as ações. "Ele talvez seja um dos maiores operadores da área internacional", limitou-se a dizer o procurador. Segundo ele, as investigações chegaram a esse suspeito após seguir os valores desviados da Petrobras.

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Eletronuclear e Petrobras


O procurador Carlos Fernando dos Santos Lima disse que os casos envolvendo a Eletronuclear e a Petrobras têm ligação. A operação investiga se um esquema de compra de apoio político e partidário teve início na Casa Civil, durante o governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

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"Quando falo que investigamos esquema de compra de apoio político-partidário, digo que os casos [envolvendo a Eletronuclear e a construção da Usina Nuclear Angra 3] são conexos [às investigações sobre a corrupção na Petrobras] porque dentro deles está a mesma organização criminosa, com pessoas ligadas a partidos políticos", disse o procurador, em entrevista à imprensa.


Segundo o procurador, não há "relação direta e comprovada" entre esta etapa de investigações e o ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu, mas "não há a menor dúvida [do envolvimento da] Casa Civil durante o governo de Lula". Dirceu está preso na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba, em função das investigações da 17ª fase da Operação Lava Jato.

"Nossas investigações abrangem a Eletronuclear e Angra 3. Não há relação direta com Petrobras, mas com compra de apoio político. Já obtivemos documentos bancários que comprovam [repasse de valores feitos aos envolvidos no caso]. Isso aconteceu até 2015. Portanto mostra que, mesmo com as prisões [já feitas], continuam o mesmo esquema, só que em outra estatal", disse o procurador Carlos Lima.


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