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Direitos Humanos

Executado na Indonésia era traficante e não herói, diz ex-ministra

Agência Estado
18 jan 2015 às 18:01

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A informação de que o corpo do brasileiro Marco Archer Cardoso Moreira, executado no sábado (17) na Indonésia, após ter sido condenado por tráfico de drogas, foi cremado e suas cinzas serão trazidas para o Rio de Janeiro por sua tia, a advogada Maria de Lourdes Archer, provocou a reação da deputada federal Maria do Rosário (PT-RS) em sua conta na rede de microblogs Twitter. Rosário, que foi ex-ministra da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, questiona o interesse pelo local onde as cinzas de Archer serão levadas no Brasil. E argumenta: "O sujeito não era herói, era traficante."

No post publicado no Twitter, em que questiona o interesse pelo local onde as cinzas do brasileiro executado na Indonésia serão levadas, a ex-ministra dos Direitos Humanos pondera que foi contra a sua execução. "Sou contra a pena de morte", reiterou. Mas não deixou de criticar o interesse provocado pela informação do destino que terá as cinzas de Archer, repercutido principalmente pela imprensa brasileira.

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Preso na Indonésia desde 2003, Marco Archer era carioca, tinha 53 anos e trabalhava como instrutor de voo livre. Ele foi detido quando tentava entrar naquele país com 13 quilos de cocaína escondidos dentro de tubos de uma asa delta. A droga foi descoberta ao passar pelo aparelho de raio-X, no Aeroporto Internacional de Jacarta. O brasileiro conseguiu fugir do aeroporto, mas acabou preso duas semanas depois.

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Em nota divulgada em seu site neste domingo (18), a Anistia Internacional classificou de retrocesso para os direitos humanos a execução de seis réus acusados de tráfico de drogas na Indonésia, cinco deles estrangeiros, incluindo o brasileiro Marco Archer. "Este é um retrocesso grave e um dia muito triste. A nova administração tomou posse prometendo fazer dos direitos humanos uma prioridade, mas a execução de seis pessoas vai na contramão desse compromisso", destacou Rupert Abbott, diretor de pesquisa sobre a região do Sudeste Asiático e Pacifico da Anistia Internacional.

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As execuções, realizadas no sábado (17) pelo pelotão de fuzilamento, foram as primeiras desde que o presidente Joko Widodo assumiu o cargo, em novembro do ano passado. Apesar da promessa de priorizar a área de direitos humanos, Widodo é considerado linha dura com os crimes do narcotráfico e rejeitou os pedidos de clemência para mudar a pena dos condenados, dentre eles o da presidente do Brasil, Dilma Rousseff.


Após tomar conhecimento - consternada e indignada - da execução do brasileiro, Dilma lamentou o episódio e destacou que a pena de morte, condenada crescentemente pela população mundial, afeta "gravemente" as relações entre Brasil e Indonésia. A presidente ainda dirigiu uma mensagem de conforto à família de Moreira e convocou o embaixador do Brasil em Jacarta para consultas.

Além do brasileiro, o primeiro a ser executado por crime no exterior, cinco presos foram condenados à morte no sábado (17) na Indonésia. Outro brasileiro preso e condenado à morte em Jacarta, que teve o pedido de clemência feito por Dilma também rejeitado, é o surfista Rodrigo Gularte, de 42 anos. Ele foi detido em 2004, também no aeroporto de Jacarta, com 12 pacotes de cocaína.


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