Um dia após a Polícia Civil ter afirmado que o ciclista Wanderson Pereira dos Santos estava na pista e não no acostamento quando foi atropelado e morto por Thor Batista, filho do empresário Eike Batista, no último sábado, o advogado da vítima disse nesta quinta-feira, 22, que trabalha por um acordo entre as partes.
"Se houver a possibilidade de conversar olho no olho e chegar a um acordo, muito da tensão que aconteceu em função da tragédia se dilui", disse o advogado Cleber Carvalho. Segundo ele, representantes de Thor contataram a família de Santos, ontem à tarde, para agendar um encontro e discutir o caso.
Logo após o acidente, quando a família alegava que o ciclista havia sido atingido no acostamento e que Thor estava acima do limite de velocidade permitido, de 110km/h, o advogado chegou a defender que o filho de Eike fosse indiciado por homicídio doloso (intencional).
Leia mais:
Ganhador da Mega-Sena morre menos de um mês após resgatar prêmio de R$ 201 milhões
Prazo para envio de títulos no CNU termina nesta quinta-feira (5); veja próximos passos
STF retoma julgamento sobre responsabilidade de redes por conteúdos
Percentual de jovens que não estudam nem trabalham é o menor da série histórica, diz IBGE
Na quarta-feira, 21, o delegado descartou a hipótese de o acidente ter ocorrido no acostamento e afirmou que Thor só será responsabilizado se a perícia, a ser concluída em 15 dias, comprovar que trafegava acima da velocidade permitida. Se estiver abaixo desse limite, o inquérito será arquivado e o ciclista será considerado responsável pela própria morte. Também anteontem, após depor à Polícia Civil, Thor afirmou respeitar a dor causada à família da vítima e estar disposto a indenizar a família.
"O fato de Thor ter mencionado o respeito à dor da família já diminuiu essa tensão. Thor está sofrendo também, é um trauma que vai levar para sempre. Ninguém passa por uma tragédia dessa sem se abalar", disse ontem o advogado.
Questionado se o ciclista estava na pista, como afirma a polícia, ou no acostamento, como alegou a família, o advogado disse ontem que vai aguardar o fim da investigação. "Vamos acompanhar o inquérito, o importante agora é que eles digam um para o outro o quanto estão sofrendo", afirmou. Logo após o acidente, ele disse ter testemunhas de que o acidente ocorreu no acostamento.
O advogado está calculando a indenização que pedirá a Thor, com base na renda de Santos, que era ajudante de caminhoneiro e usava o dinheiro para auxiliar a família. "Estamos avaliando as variáveis para chegar ao valor." O acidente foi na rodovia Washington Luís, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. As informações são do jornal O Estado de São Paulo.