Indiciada pela prática de caçadas ilegais de onças no Pantanal de Mato Grosso do Sul, a fazendeira Beatriz Rondon foi presa nesta sexta-feira (29) por policiais federais. A prisão aconteceu na Fazenda Santa Sofia, município de Aquidauana, tida como palco de safáris destinados a turistas estrangeiros, conforme denúncias apuradas pela Polícia Federal (PF).
Nas denúncias, há vídeos que mostram os abates ilegais de onças e a presença de Beatriz nas imagens. Em um deles, ela comenta sobre um animal que, depois de alvejado, caiu de uma árvore: "É uma bela fêmea. Agora ela não vai mais comer minhas vacas." A apreensão das imagens com áudio foi confirmada pela PF em maio do ano passado, quando foi desencadeada a Operação Jaguar I.
Hoje foi realizada a Operação Jaguar II, para buscas e apreensões de materiais complementares, visando à conclusão do inquérito aberto pela PF em 2010. Foram encontrados no quarto de Beatriz dois revólveres calibre 38 e uma garrucha, todos sem documentação. Ela foi presa por porte ilegal de armas e transportada para a Superintendência Regional de PF de Campo Grande.
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No início desta tarde, Beatriz pagou fiança de R$ 27.250 e vai responder pelo crime em liberdade, conforme decisão da Justiça Federal. O mesmo procedimento foi adotado em relação à acusação de realizar caçadas a animais silvestres, com o agravante de que a Fazenda Santa Sofia é reserva ecológica, fato que a obrigou a pagar R$ 220 mil de multa em junho último, imposta pelo Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
O advogado da fazendeira, René Siuffi, afirmou que sua cliente não é proprietária das armas apreendidas hoje e tampouco tem envolvimentos em caçadas ilegais de animais selvagens. "As armas são de um tio dela que, por razões particulares, pediu para que Beatriz as guardasse para ele. Sobre a outra acusação, estou apresentando provas nos autos que contrariam todas as acusações."