O governador do Distrito Federal, Ibanez Rocha (MDB), afirmou nesta sexta-feira (18), em Brasília, que vai conversar com o secretário de Segurança Pública do DF, Sandro Avelar, ainda hoje, para definir - até segunda-feira (21) - o nome do novo comandante-geral da PM (Polícia Militar) do DF para substituir o atual comandante, Klépter Rosa Gonçalves, preso durante a Operação Incúria.
A ação apura o envolvimento da cúpula da PM nos atos golpistas de 8 de janeiro que resultaram em danos aos prédios do Palácio do Planalto, Congresso Nacional e Supremo Tribunal Federal. Os acontecimentos foram classificados pelo governador como um “episódio dramático e trágico. As respostas têm que acontecer ao longo do período do inquérito policial”.
"Vou conversar com o secretário de Segurança e ele vai me indicar o nome e nós vamos nomear [para o comando da PM]. Ele vai analisar a denúncia, ver o que tem contra cada um deles e nós vamos ver quem será exonerado”, adianta.
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O governador pontuou que a PM não pode ficar sem comando. “Já houve o afastamento das funções e, agora, temos que escolher os substitutos para continuar dentro da normalidade da nossa cidade. Não podemos ficar com uma corporação como a Polícia Militar acéfala e temos que ter um comando ali dentro para que a gente possa dar sequência ao trabalho na cidade”.
Mandados de prisão
Na manhã desta sexta, agentes da Polícia Federal cumpriram sete mandados de prisão e cinco de busca e apreensão, todos autorizados pelo STF (Supremo Tribunal Federal (STF). A operação Incúria é resultado de denúncia do Grupo Estratégico de Combate aos Atos antidemocráticos da Procuradoria Geral da República - PGR.
Questionado por jornalistas, o governador comentou que “decisão judicial se cumpre” e destacou que não foi o responsável pela indicação do atual comandante da Polícia Militar.
"Lembrando que o comandante indicado [Klépter Rosa Gonçalves] não foi por mim, foi na época do meu afastamento. Foi o interventor [quem indicou]." O governador se referia a Ricardo Capelli, que comandou a intervenção na segurança pública do DF entre 8 e 31 de janeiro. Coube a Capelli a nomeação de Klépter, dias após os atentados de 8 de janeiro.
Ele pontuou também que não está surpreso com a operação que prendeu hoje preventivamente autoridades no Distrito Federal, por autorização do Supremo Tribunal Federal. "Acho que as coisas estão andando de forma natural. Houve ontem (17) a representação do Ministério Público e o ministro acatou. Tem que respeitar", finaliza.