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Após ir à polícia

Líder que denunciava desmatamento é morto por pistoleiros

Agência Estado
25 out 2011 às 18:39

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A polícia do Pará ainda não tem pista dos pistoleiros que mataram no sábado (22) o líder de assentamento João Chupel Primo, 55 anos. Horas antes do crime, ele esteve na polícia para comunicar as ameaças que vinha sofrendo por denunciar grilagem de terras e exploração madeireira ilegal na Resex Riozinho do Anfrísio e na Floresta Nacional Trairão, entre os municípios de Altamira e Itaituba, no sudoeste do Estado.

Segundo a polícia de Itaituba, Primo forneceu detalhes sobre a atuação criminosa de madeireiros que devastam as florestas da região. As mesmas informações ele repassou para a Polícia Federal em Santarém e para o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), responsável pela administração das Unidades de Conservação que estão sendo invadidas pelos madeireiros.

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A vítima estava em uma oficina mecânica na localidade de Miritituba quando dois homens chegaram, perguntando sobre o conserto de um veículo. Nesse momento, um dos homens sacou de uma arma e disparou tiro na cabeça de Primo, que caiu gravemente ferido, morrendo logo em seguida.

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Além de Primo, que coordenava a comunidade católica de Miritituba, outras duas pessoas denunciam que também estão sendo ameaçadas por madeireiros. O Ministério Público Federal (MPF) pediu à Polícia Federal que garanta proteção para os denunciantes. Os procuradores da República que solicitaram as providências informam que na quinta-feira passada a vítima e os outros ameaçados estiveram na sede do MPF, em Altamira, fornecendo nomes e os métodos de ação dos devastadores.

Para chegar à área de onde retiram a madeira, os criminosos utilizam uma estrada de acesso ao Assentamento Areia, que era liderado por Primo. A madeira é retirada à noite, quando não há qualquer fiscalização. Em média, 20 caminhões deixam o local todos os dias carregados com toras de alto valor no mercado internacional.


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