O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento informou na quinta-feira (16) ter identificado a presença das substâncias monoetilenoglicol e dietilenoglicol, proibidas em alimentos, em oito produtos da cervejaria Backer.
A substância dietilenoglicol foi encontrada no sangue de pacientes que apresentaram sintomas de uma síndrome nefroneural e relatam ter consumido a cerveja Belorizontina, da empresa mineira.
Nesta quinta, a secretaria de Saúde do estado de Minas informou a quarta morte por suspeita de intoxicação pela substância.
Segundo o ministério, além das marcas Belorizontina e Capixaba, foram encontradas as substâncias tóxicas nas marcas Capitão Senra, Pele Vermelha, Fargo 46, Backer Pilsen, Brown e Backer D2.
As análises foram realizadas em laboratórios federais de defesa agropecuária. Até a quinta, já haviam sido detectados 21 lotes contaminados. Em todos eles, havia a presença do dietilenoglicol. Em outros oito, havia também o monoetilenoglicol.
Em geral, o dietilenoglicol é usado na indústria como anticongelante e para evitar que os líquidos evaporem. O produto é tóxico e não deveria ter contato com a bebida, passando por cano isolado dos tanques.
Os dados foram divulgados após reunião entre membros da pasta e de outros órgãos que acompanham o caso.
Na segunda-feira (13), o ministério já havia determinado à Backer o recolhimento de todos os produtos no mercado. O objetivo era evitar possíveis riscos aos consumidores até a conclusão das análises.
Em nota, a pasta afirma que "segue atuando nas apurações administrativas para identificar as circunstâncias em que os fatos ocorreram e tomando as medidas necessárias para mitigar o risco apresentado pelas cervejas contaminadas". Diz ainda que a empresa deverá permanecer fechada até que tenha condições seguras de operação.
Inspeções realizadas dentro da cervejaria Backer apontaram que a água usada na produção da cerveja Belorizontina estava contaminada com dietilenoglicol e monoetilenoglicol. De acordo com o Mapa, ainda não é possível afirmar como a contaminação ocorreu. Entre as hipóteses estão sabotagem, vazamento e uso incorreto da substância durante o processo de produção.
Ainda segundo a pasta, a contaminação não estava restrita a apenas um tanque.
A Backer ainda não se pronunciou sobre os resultados divulgados nesta quinta. Em nota, a empresa afirma que "nunca comprou e nem utilizou o dietilenoglicol em seus processos de fabricação", mas diz usar o monoetilenoglicol em processo de resfriamento dos produtos.
Diz ainda que "aguarda os resultados das apurações e continua à disposição das autoridades".
VEJA A LISTA DE LOTES IDENTIFICADOS COM DIETILENOGLICOL
Belorizontina
Lotes: L2 1354, L2 1348, L2 1197, L2 1604, L2 1455, l2 1464, L2 1593, L2 1557, L2 1604, L2 1474, L2 1546, L2 1487
Capixaba
Lotes: L2 1348
Capitão Senra
Lotes: L2 1609, L2 1571
Pele Vermelha
Lotes: L1 1448, L1 1345
Fargo 46
Lotes: L1 4000
Backer Pilsen
Lotes: L1 1549, L1 1565
Brown
Lote: 1316
Backer D2
Lote: L1 2007
VEJA LISTA DE LOTES QUE TAMBÉM TINHAM O MONOETILENOGLICOL
Belorizontina
Lotes: L2 1354, L2 1348, L2 1197, L2 1593, L2 1557, L2 1604, L2 1474
Capixaba
Lotes: L2 1348
Fonte: Ministério da Agricultura