A nuvem de gafanhotos que continua prejudicando plantações em diversas áreas da Argentina se reaproximou do Brasil no final de semana voltando a preocupar produtores gaúchos.
Os insetos foram avistados na província de Entre Rios, a cerca de 3 km de San José de Feliciano, como indica o monitoramento deste domingo (19) do Senasa (Serviço Nacional de Saúde e Qualidade Agroalimentar) do país vizinho.
Apesar de indicar que a nuvem continua se deslocando para o sul, como já era previsto pelas autoridades argentinas, a nova localização fica a cerca de 115 km do município gaúcho de Barra do Quaraí, ou seja, atingiu até então a distância mais próxima com o Brasil.
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As condições climáticas no estado gaúcho, que registrou altas temperaturas no final de semana, também favorecem o avanço da nuvem para o território brasileiro.
"Com essa condição climática, precisamos estar preparados", alertou Ricardo Felicetti, chefe da Divisão de Defesa Sanitária Vegetal da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural do Rio Grande do Sul.
Segundo ele, o estado está preparado com um plano operacional de emergência para eventual permanência da praga na região.
O Senasa ainda emitiu nesta segunda-feira (20) um novo alerta de outra nuvem de gafanhotos avistada em Formosa, na divisa com o Paraguai. Os insetos teriam migrado do país vizinho. O último registro dos técnicos aponta que esse grupo de animais está mais distante do território brasileiro, a cerca de 400 km da fronteira paraguaia com o Mato Grosso do Sul.
Há cerca de um mês, o Ministério da Agricultura declarou estado de emergência fitossanitária nos estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina para que os governos possam adotar medidas de contenção dos gafanhotos.
A portaria ministerial tem duração de um ano. Trata-se de uma ação preventiva para controlar os danos que a chegada do inseto pode causar em lavouras brasileiras. O documento dá autorização aos estados para tomarem medidas prioritárias de combate à praga, como utilização de agrotóxicos e chamamento de entidades que auxiliem nas ações.
Os insetos, de até 15 cm de envergadura, já atingiram plantações de milho nos países vizinhos. Em uma das áreas, a nuvem de gafanhotos chegou a 10 km de extensão. Um quilômetro quadrado da nuvem comporta ao menos 40 milhões de bichos. Eles podem comer pastagens em apenas um dia o equivalente ao alimento de 2.000 vacas.
O gafanhoto conhecido como sul-americano tem como hábito a formação de massas migratórias e pode viajar até 100 km por dia.