A Odebrecht encaminhou ao Supremo Tribunal Federal (STF) um dos requerimentos dirigidos ao ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, sobre a Operação Lava Jato. Ao remeter cópia da peça ao tribunal, os advogados da empreiteira reclamam do "pouco interesse" com que as autoridades do Paraná têm tratado o vazamento das informações da operação.
A defesa da empresa encaminhou a representação ao ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato no STF. A intenção, escrevem os advogados, é deixar "clara a finalidade do encontro (com Cardozo) e também o pouco interesse com que as sempre rigorosas autoridades curitibanas conduzem a apuração dos vazamentos criminosos que têm marcado a Operação Lava Jato".
A reunião de advogados da empreiteira com Cardozo aconteceu no último dia 5 e a representação para que sejam adotadas as providências para apurar os vazamentos foi formalizada no dia seguinte.
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Na representação feita a Cardozo, a Odebrecht aponta que pediu ao juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal do Paraná, providências sobre o vazamento de informações de caráter sigiloso em setembro do ano passado. Mesmo após início de apuração sobre o vazamento, novas informações sigilosas foram divulgadas.
"Com efeito, transcorridos quase cinco meses desde a instauração do inquérito, a única diligência até hoje empreendida foi a oitiva dos jornalistas subscritores das matérias que veicularam as informações vazadas", reclamam os advogados.
Como os jornalistas não revelaram a origem das informações, em respeito ao direito de preservar o sigilo da fonte, a apuração sobre os vazamentos foi encerrada, segundo os advogados.
"Tratar fatos graves de forma absolutamente protocolar - quase desinteressada - é exatamente o que açula o ânimo dos vulneradores de sigilo processual e faz proliferar os vazamentos que há tempos pautam os casos criminais em nosso país", escreve a defesa da Odebrecht.
A empresa pede a Cardozo que o Ministério tome as providências necessárias para "tornar efetiva a investigação" sobre o vazamento. Cooperação internacional. Além do documento encaminhado ao STF, os advogados da construtora apresentaram uma segunda representação ao Ministério da Justiça pedido esclarecimentos sobre a cooperação internacional entre Brasil e Suíça no âmbito das investigações da Lava Jato.
Esse segundo pedido, contudo, não foi encaminhado ao Supremo. A PGR prevê entregar esclarecimentos até o início da próxima semana e diz que a colaboração entre os países se deu dentro da legalidade do acordo de cooperação entre as nações. A Odebrecht foi citada pelo ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa, que afirmou ter recebido US$ 31,5 milhões da construtora em depósitos em sua conta na Suíça que foram feitos num intervalo de dois a três meses entre 2008 e 2013.