Uma operação da Polícia Federal (PF) desmontou na madrugada desta segunda-feira, 27, um esquema de desvio de recursos públicos no norte de Minas Gerais. Os policiais cumpriram 45 mandados judiciais - 14 deles de prisão - em Minas, Espírito Santo e Bahia. As investigações da PF estimam que o prejuízo aos cofres públicos ultrapasse os R$ 5 milhões.
Formada por empresários, servidores públicos e políticos, a quadrilha é acusada de fraudar licitações de obras públicas, principalmente nas cidades de Januária e Itacarambi, no norte mineiro. A PF apurou a emissão de atestados de conclusão para obras inacabadas ou, ainda, inexistentes. As empresas emitiam as notas frias para serviços como o de locação de máquinas para a limpeza das cidades e de pavimentação de ruas e estradas e, em seguida, aplicavam as verbas desviadas em imóveis e bens. Ainda de acordo com as investigações, a maioria dessas propriedades foi registrada em nome de laranjas, que possuem ligações com alguns dos principais membros do grupo criminoso.
Os suspeitos - que ainda não tiveram os nomes divulgados - terão o sigilo bancário e fiscal quebrado e os bens congelados. Eles vão responder por crime contra a administração pública, formação de quadrilha, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro. Se condenados, as penas aplicadas a esses crimes podem ultrapassar os 30 anos de prisão. Nos últimos dois anos, a PF de Minas Gerais já realizou mais de dez operações de combate ao desvio de verbas públicas na região.