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20 foram presos

Operação desarticula tráfico de drogas na região serrana do Rio de Janeiro

Agência Brasil
19 dez 2014 às 18:36

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O Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ), em conjunto com a Polícia Militar (PM), deu inicio à Operação Mandrake, que resultou hoje (19) na prisão de 20 pessoas acusadas de integrar uma quadrilha de traficantes de drogas, que agia na região serrana fluminense. Foram expedidos, pela Vara Criminal de Teresópolis, 44 mandados de prisão, embora 11 denunciados já estivessem presos. A ação foi deflagrada após denúncia de propina feita por policiais do 30º Batalhão da PM, em Teresópolis. Os criminosos agiam há oito meses, e nos últimos sete vinham sendo monitorados.

A região serrana estava sendo abastecida com armamentos e drogas, e a quadrilha tinha a participação de traficantes de três comunidades do Rio de Janeiro, nas quais funcionam unidades de Polícia Pacificadora (UPPs). Durante a ação, que contou com 350 policiais, um homem que tinha mandado de prisão morreu após cair de um telhado, em tentativa de fuga.

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De acordo com o MP-RJ, os traficantes que saíram do Rio de Janeiro tentavam dominar o tráfico na região serrana. Eles procuraram um policial do batalhão local, a quem ofereceram acordo com o pagamento de propina semanal para que o tráfico de drogas não fosse reprimido. O MP-RJ deferiu medida cautelar de infiltração com ação controlada, e desde então passou a monitorar a organização criminosa.

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A quadrilha foi criada por João Firme de Siqueira Filho, vulgo "Coroa", chefe do tráfico em Teresópolis, e André Gonçalves, vulgo "Gordão", chefe do tráfico no Morro da Providência, no Rio. Eles decidiram unificar as quadrilhas, pertencentes à mesma facção criminosa, para expandir a venda e distribuição de drogas, coordenada pelos dois, de dentro do presídio em que cumprem pena por tráfico e associação para o tráfico de drogas. Ambos foram denunciados pela prática de corrupção ativa, juntamente com três comparsas, por tentarem corromper PMs de Teresópolis.

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Ao longo das investigações, à medida que as prisões eram feitas, os traficantes mudavam a maneira de mandar a droga para Teresópolis. De acordo com os investigadores, algumas foram encontradas em bagageiro de ônibus, outras junto a pessoa no ônibus e algumas eram escondidas nos mais variados locais dos carros. Durante as diligências, a polícia conseguiu apreender drogas dentro do cilindro do gás, montado especificamente para colocar o material. Também começaram a subir com pasta base, e estavam montando uma pequena refinaria de cocaína, estourada um pouco antes da operação.


Segundo o promotor do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), Fábio Miguel de Oliveira, o valor oferecido aos policiais era de R$3 mil a R$ 4 mil. Ao longo da investigação, um policial foi infiltrado para receber dinheiro dos traficantes. O agente filmou a entrega da propina, feita por denunciados a mando dos líderes da quadrilha, no valor de R$ 16 mil. O dinheiror foi depositado em juízo pelo policial que trabalhou na ação.

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Os traficantes do Rio queriam continuar pagando aquele valor para continuar vendendo, e os traficantes locais informaram que eles seriam presos. De acordo com o promotor, os encontros eram variados para garantir a segurança das pessoas que estavam envolvidas, mas ocorriam basicamente no centro de Teresópolis.


"Os traficantes de Teresópolis, conhecedores da fama da P2 [informante], avisavam aos traficantes do Rio que eles iam ser presos. Os traficantes do Rio falavam que não, que se eles estavam pegando o dinheiro era para continuar. A P2 tem uma credibilidade muito grande, e em determinado momento da investigação a gente teve que reavaliar se mantinha a infiltração, porque os policiais que trabalhavam lá sofriam pressão da sociedade", explicou Oliveira.

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A quadrilha mudou a maneira de atuação em Teresópolis, onde os traficantes tinham armamentos, mas só usavam para intimidação. Segundo o coordenador de Inteligência da PM, tenente-coronel Antônio Jorge Goulart, fica clara a estrutura do tráfico e a tentativa de ampliar a rede de vendas.


"Também mostra que as UPPs representam grande avanço, porque a gente retomou o domínio territorial armado, mas como em qualquer parte do mundo a venda de drogas ainda acontece. Três UPPs que sofrem a influência da maior facção criminosa no estado do Rio de Janeiro, o Comando Vermelho, serviam como abastecedoras para Teresópolis", ressaltou. A maior parte da quadrilha foi presa, e a ação foi importante para desestruturar uma quadrilha e enfraquecer a tentativa de abastecer a região serrana, disse Goulart.

"Infelizmente, nossos presos - por meio de advogados, familiares e da própria telefonia celular - conseguem contactar quem está aqui fora, continuam tocando a venda de drogas e monitoram isso, gerando destruição social, que é a quantidade cada vez maior de indiciados. Não posso ser hipócrita de dizer que vamos acabar com o tráfico na região serrana. Longe disso, mas a quadrilha vai ter que se reestruturar, porque algumas lideranças foram presas", ressaltou.


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