A Polícia Federal (PF) apreendeu, nesta quinta-feira (17), documentos e outras provas que serão analisadas e, de acordo com os resultados, outras diligências podem ser feitas como parte da Operação Positus, deflagrada no início da manhã para apurar fraudes na gestão de recursos do Postalis, fundo de pensão dos Correio. O prejuízo estimado é de R$ 180 milhões para os pensionistas que investiram no fundo. Os investimentos geridos de forma fraudulenta chegam a R$ 370 milhões, conforme o que foi apurado nas investigações.
Segundo o chefe da Delegacia de Repressão a Crimes Financeiros e Desvio de Recursos Públicos da Polícia Federal em São Paulo, Milton Fornazari Júnior, foram cumpridos sete mandados de busca e apreensão: dois em São Paulo, três em Brasília, um em Belém e um em João Pessoa.
A Justiça decretou a prisão preventiva do gestor dos fundos, que.,para a Polícia Federal, pode ser o mentor do esquema. Também estão sendo investigados um ex-gestor do Postalis e cinco administradores da corretora que fazia as operações.
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"Não podemos divulgar o nome desse principal gestor até a conclusão da operação, mas sabemos que ele estava vivendo nos Estados Unidos, obteve cidadania italiana há pouco tempo, foi para a Europa e agora está foragido. Por isso, seu nome foi incluído na lista vermelha da Interpo,l e qualquer movimento que ele fizer será identificado e ele será preso", disse Fornazari.
De acordo com Fornazari, uma corretora americana comprava os títulos do mercado de capitais e os revendia por um valor maior para empresas com sede em paraísos fiscais ligadas aos fraudadores. Em seguida, os títulos eram adquiridos pelo Postalis com um aumento maior no valor do título. As fraudes ocorreram entre 2006 e 2011. Os indícios de fraude foram apontados pelo órgão que fiscaliza a Bolsa de Valores nos Estados Unidos, que percebeu uma valorização de quase 60% nos papéis sem justificativa.
"O Postalis aportou recursos em de R$ 370 milhões e remeteu aos Estados Unidos, para que lá fossem feitos investimentos em títulos da dívida pública brasileira. Os gestores aplicaram em papéis do mercado de capitais norte-americano. A corretora administrada pelos brasileiros comprava esses papéis e vendia para empresas com sede em paraísos fiscais com valor maior e, na sequência, o mesmo papel era vendido para o Postalis por valor ainda maior", explicou o coordenador da operação, o chefe da Delegacia de Repressão a Crimes Financeiros e Desvio de Recursos Públicos em São Paulo, Alexandre Manoel Gonçalves.
Segundo a PF, o objetivo da operação é encontrar provas da autoria e materialidade da fraude, mas também buscar o ressarcimento dos pensionistas, por meio do bloqueio de bens e mais provas da localização do dinheiro. "Queremos rastrear o caminho do dinheiro desviado. Solicitamos e obtivemos o sequestro de parte dos imóveis dos investigados visando a ressarcir as vítimas, que terão problema com sua aposentadoria em razão do prejuízo que o fundo sofreu". O valor dos bens sequestrados ainda não foi totalizado.