A Polícia Federal deflagrou na manhã desta quinta-feira, 18, em Roraima, a Operação Xilófagos com o objetivo de desarticular esquema de desmatamento na Amazônia Legal que envolveria servidores públicos de órgãos ambientais, engenheiros florestais, proprietários rurais e donos de madeireiras na região.
De acordo com a PF, foram expedidos 49 mandados de busca e apreensão e 42 mandados de condução coercitiva de investigados em Boa Vista/RR, Rorainópolis/RR, Caracaraí/RR, São João da Baliza/RR. Os mandados são cumpridos também nos Estados do Pará, Amazonas e Rio de Janeiro.
São investigadas as seguintes práticas criminosas: fraudes na concessão de autorização de desmatamento, de manejo florestal, ou de guia de transporte florestal (DOF); disponibilidade de créditos florestais fictícios, e que permitem o desmatamento e retirada ilegal de madeira, de áreas não documentadas, de terras públicas ou de áreas protegidas; transporte, processamento e comercialização destes produtos florestais pelas serrarias e madeireiras, as quais recebem o produto "esquentado" com documentação fraudulenta, abastecendo e incentivando, portando, todo o esquema.
Leia mais:
A partir desta sexta-feira, sites não podem vender 48 marcas de whey protein
Mãe se desculpa após discussão dentro de avião e diz que filho fez 'birra ridícula'
Hora trabalhada de pessoa branca vale 67,7% mais que a de negros
Mulher que viralizou ao não ceder assento vai processar mãe após exposição
Segundo as investigações, engenheiros florestais e demais consultores técnicos utilizavam seus conhecimentos para a elaboração e aprovação de planos de manejo ideologicamente falsos, necessários à obtenção de licenças ambientais para a exploração da atividade madeireira.
Já os servidores públicos de órgãos ambientais eram responsáveis pelo impulso dos processos administrativos de aprovação dos planos de manejo e exploração florestal, expedição de guias.
Por sua vez, os proprietários rurais atuariam em conluio com consultores técnicos, engenheiros e, até mesmo, servidores públicos para que a madeira, extraída ilegalmente de outras áreas, pudesse ser "esquentada" e efetivamente comercializada.
Por fim, os donos das madeireiras concentravam as madeiras extraídas ilegalmente no interior das áreas e transportavam até os pátios das empresas, onde eram comercializadas. De acordo com as investigações, os proprietários das madeireiras são os principais beneficiários de todo esquema, aferindo os maiores lucros e situados na ponta da pirâmide criminosa.
O nome da operação resulta da combinação de xilo, do grego ksúlon, que significa "madeira", com fago, do grego phagein, que significa "comer". Um xilófago é um inseto que se alimenta de madeira.