Um policial militar pode receber punição administrativa e até ser condenado a pena de três meses a um ano de prisão por ter aplicado spray de pimenta nos olhos de uma cadela enquanto fazia ronda na comunidade da Rocinha, em São Conrado, na zona sul do Rio de Janeiro. O caso ocorreu na manhã de domingo na Via Ápia, principal rua da favela. Um fotógrafo registrou o flagrante, que gerou protestos de moradores e defensores dos direitos dos animais contra o policial. A cadela, uma vira-lata de seis anos chamada Pantera, pertence a José Luiz Francisco, morador da comunidade, e estava solta.
O secretário estadual de Segurança, José Mariano Beltrame, cobrou explicações do PM. Para o secretário, a atitude não condiz com a conduta esperada de um policial. Caso ele tenha agido sem ter sido ameaçado pela cachorra, terá sido uma demonstração de seu despreparo para exercer a função, segundo Beltrame.
A pedido do Ministério Público, a Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente instaurou inquérito para investigar a conduta do policial. Segundo a promotora Christiane Monnerat, o PM pode ter cometido maus tratos contra o animal, crime punido com prisão de até um ano. A investigação policial também foi solicitada por entidades de defesa dos animais.
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Segundo o coordenador de policiamento da Rocinha, major Edson Santos, o policial prestou depoimento, para uma investigação interna. Segundo a assessoria da PM, o policial, cujo nome não foi divulgado, afirmou ter recorrido ao spray após ser ameaçado pela cadela, indócil desde que perdeu uma ninhada de filhotes, há cerca de dois meses. Santos está produzindo um relatório para embasar eventual punição ao PM.
Segundo a polícia, o dono da cadela não quis prestar depoimento. O animal passa bem.
Ocupada pela Polícia Militar desde 13 de novembro passado, a Rocinha é policiada por 700 PMs. Domingo, horas antes do episódio do spray, houve confronto entre traficantes e PMs. Um suspeito foi baleado e preso, e dois conseguiram fugir. Uma pistola foi apreendida.