A Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro já sabe o paradeiro de quatro pessoas que estão sendo investigadas no caso de estupro coletivo de uma adolescente no último fim de semana, em Jacarepaguá, zona oeste da cidade. O caso causou indignação após ser divulgado nas redes sociais. Eventuais pedidos de prisão, no entanto, ainda não foram feitos à Justiça, porque, segundo os delegados, as investigações estão em fase inicial e não há elementos que justifiquem a medida.
Os crimes que estão sendo investigados são o estupro de vulnerável, já que a vítima é menor de idade, e a divulgação na internet de material pornográfico envolvendo menores. O titular da Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática, Alessandro Thiers, não divulgou o nome dos suspeitos já identificados e ponderou que ainda não é possível afirmar que eles tenham participado do estupro.
"Dessas quatro pessoas, nem todas efetivamente participaram do fato: uma estaria na imagem que está sendo divulgada e outra seria o suposto namorado que teria levado a jovem ao local", disse o delegado, que pretende ouvir os quatro identificados "o quanto antes".
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A vítima deve ser ouvida novamente para esclarecer pontos de seu primeiro depoimento e elementos descobertos na investigação. Segundo a delegada Cristiana Bento, da Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima, o depoimento será tomado por uma equipe especializada. As declarações serão gravadas, para que não tenham que ser repetidas, o que causaria uma "revitimização" do crime.
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A investigação teve início na Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática para verificar os vídeos e fotos que circularam nas redes sociais e, assim que foi constatado que a vítima era menor de idade, a Delegacia da Criança e Adolescente Vítima foi chamada a participar.
Segundo a Polícia Civil, a adolescente deve ser recebida na segunda-feira (30) pela Secretaria de Assistência Social e Direitos Humanos do Estado do Rio de Janeiro, que vai oferecer assistência e ingresso em um programa de proteção estadual.
"A Polícia vai agir com todo o rigor necessário, mas dentro da lei", afirmou o chefe da Polícia Civil, Fernando Veloso, que concedeu uma entrevista coletiva ao lado dos delegados responsáveis pelo caso. "Como cidadão, também penso 'por que esse sujeito não está preso?'. Como delegado de polícia, sei que essas decisões são um pouco mais complexas."
Veloso afirmou que há "indícios veementes" de que, de fato, ocorreu o estupro, mas a polícia ainda não pode confirmar quantas pessoas teriam participado do crime.
O chefe da Polícia Civil e o titular da Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática destacaram a contribuição da mobilização popular nas redes sociais para denunciar o crime e reconheceu que é preciso investir mais na capacidade de investigação da polícia para fazer frente ao número de estupros realizados no estado.
"Não tenho problema nenhum em mostrar quais são as carências da polícia. Essa instituição faz muito mais do que teria condições de fazer", disse Veloso, que afirmou que o caso é emblemático e mostra que é preciso denunciar esse tipo de violência.