O presidente Michel Temer decidiu revogar o decreto que extinguiu a Reserva Nacional de Cobre e Associados (Renca), uma área da floresta entre os Estados do Amapá e do Pará. Segundo auxiliares, a decisão levou em consideração a polêmica em torno do decreto e, diante de novas pressões, o presidente decidiu abrir o tema para o debate. O despacho presidencial foi publicado no Diário Oficial da União (DOU) desta terça-feira (26).
No dia 14 deste mês, a Comissão de Meio Ambiente da Câmara pediu a revogação definitiva do decreto. "A maneira agressiva que foi feito (o decreto) não só causou constrangimento da sociedade, mas do Parlamento como um todo, atingindo a Câmara e o Senado", afirmou o presidente da comissão, Ricardo Trípoli (PSDB-SP), na ocasião.
Na semana passada, mais de 200 deputados e 28 senadores também haviam protocolado um pedido de criação de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito para investigar o decreto. No Senado, poderia entrar em votação o projeto de decreto legislativo de Randolfe Rodrigues (Rede-AP) para sustar o ato presidencial.
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O decreto de extinção da reserva foi assinado pelo presidente Michel Temer em 23 de agosto. Diante da repercussão negativa, o governo fez outro decreto deixando claro que as áreas protegidas da região não seriam afetadas - o que não aplacou as críticas. O Ministério de Minas e Energia, depois, publicou portaria para congelar por 120 dias a suspensão da reserva.
O decreto original provocou uma onda de protestos de ambientalistas e artistas, como a modelo Gisele Bündchen, que acusaram o presidente de estar "vendendo" uma parte da Amazônia para interesses de mineradoras estrangeiras. As críticas chegaram até ao Rock in Rio, novamente pela voz de Gisele e da líder indígena Sônia Guajajara, que fez um protesto durante a apresentação de Alicia Keys.