O jornalista brasileiro freelancer Solly Boussidan, colaborador do jornal O Estado de S. Paulo, foi preso ontem na Rússia, acusado de fazer reportagens sem autorização. Moscou determinou que Boussidan deve passar 10 dias na prisão antes de ser deportado, mas o Itamaraty e a Alemanha - país do qual o repórter também tem cidadania - trabalham para que ele deixe a Rússia o quanto antes.
Embora tenha se identificado como jornalista ao cruzar a fronteira, Boussidan não trabalhava em território russo e estava em trânsito rumo à Armênia com um visto de turista. No entanto, com o atentado de segunda-feira no aeroporto de Moscou, quando 35 pessoas morreram, o repórter enviou um relato sobre a cobertura televisiva da tragédia ao portal Terra Magazine.
Dois dias depois, a polícia o deteve em Sochi, no Mar Negro, e o interrogou por 12 horas. Em seguida, Boussidan foi levado a um juiz, que determinou sua prisão por 10 dias antes da deportação, além de uma multa de dois mil rublos (US$ 65).
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O brasileiro, então, foi encaminhado a um centro de detenção para estrangeiros na cidade de Adler, perto da fronteira com a Geórgia. Preso, Boussidan passou 36 horas sem comida, sob pressão para assinar documentos em russo sem tradução e abrir mão da proteção consular brasileira.
O Itamaraty está em contato com o Kremlin (poder Executivo federal russo) e com o policial que dirige o centro onde está o brasileiro. A Embaixada da Alemanha em Moscou, por sua vez, enviou um representante a Adler.