Pesquisar

Canais

Serviços

Publicidade
Publicidade
Publicidade
Tragédia em Mariana

'Se está viva, quero saber. Se morreu, quero enterrar', diz filha de desaparecida

Agência Estado
09 nov 2015 às 10:19

Compartilhar notícia

siga o Bonde no Google News!
Publicidade
Publicidade

Em Bento Rodrigues, distrito mais atingido pela tragédia de Mariana, o Corpo de Bombeiros montou um quartel-general de operações em duas casas que escaparam da tragédia da barragem. Segundo o comandante-geral da corporação, coronel Luiz Henrique Gualberto, não há prazo para o fim das buscas, que devem ainda durar dias.

Desde que se instalaram na região, as equipes de resgate têm feito buscas por delimitação de perímetros. Essa é uma forma de esquadrinhar todas as possibilidades de achar sobreviventes em cada metro quadrado.

Cadastre-se em nossa newsletter

Publicidade
Publicidade


Na zona quente de operação, assim denominada pelo próprio resgate, só uma equipe especializada tem acesso. Com roupas de borracha, os profissionais fazem furos na lama para permitir que um cão farejador possa identificar o odor de pessoas. Ainda em Bento Rodrigues, um imóvel se transformou em um curral.
Ali estão sendo deixados os animais que foram encontrados ainda vivos durante as buscas. Porcos, patos, um potro, cavalos e galinhas têm sido alimentados pelos agentes.

Leia mais:

Imagem de destaque
Nesta quarta

STF retoma julgamento sobre responsabilidade de redes por conteúdos

Imagem de destaque
Entre 15 e 29 anos

Percentual de jovens que não estudam nem trabalham é o menor da série histórica, diz IBGE

Imagem de destaque
Resultados dia 15 de janeiro

Candidatos incluídos no Concurso Nacional Unificado devem enviar títulos até esta quinta-feira

Imagem de destaque
Saiba mais

The Town terá Green Day, Sex Pistols, Iggy Pop e Pitty em noite do rock em 2025


Hotel

Publicidade


Quem sobreviveu à enxurrada não consegue esquecer amigos e parentes desaparecidos. Dividindo um quarto coletivo em uma escola, que ocupa o prédio do Hotel Providência, um dos que mais receberam desabrigados, a dona de casa Marly de Fátima Felício Felipe, de 31 anos, aguarda aflita por notícias da mãe, Maria das Graças Celestino, de 64 anos, uma das 26 pessoas que constam na lista de desaparecidos. "Ela estava ficando surda", relata.


Quando as barragens da empresa Samarco romperam, o marido de Marly, Francisco Felipe, de 46 anos, chegou a ver a lama vindo. "Tentaram avisar ela, gritaram. Mas não deu tempo", diz Marly. Os instantes seguintes foram de pessoas correndo e gritando e crianças sendo jogadas em um caminhão.

Publicidade


Mas o pior estava por vir. "Quando cheguei na Arena (ginásio onde foram prestados os primeiros atendimentos), só gritava pela minha mãe. Começaram a falar que tinham achado ela presa na cerca, no arame", diz a filha, tratando os boatos como "uma tortura". "Mas, de concreto, a gente não sabe nada, nada. O que foi feito (pela Defesa Civil) foi perguntar quantas pessoas tinham na minha família e se estava faltando alguém."


Segundo Marly, Maria das Graças era viúva havia 17 anos. Quando o filho mais novo casou, ela passou a morar com a filha. "Acordava de manhã, ia para a casa dela cuidar dos cachorros, das galinhas, arrumar a casa e, à noite, voltava para a minha casa." Na quarta noite após a tragédia, a filha se mostrava realista diante das chances de reencontrá-la. "Somos pobres, mas não somos indigentes. Se está viva, quero saber. Se está morta, quero achar e enterrar."

Publicidade


As memórias da mãe se confundem com as da rotina doméstica: "Tínhamos nosso próprio chão, era nosso". "E as pessoas eram amigas, mais do que vizinhas. Não quero só uma casa. Quero que a Samarco nos coloque todos juntos, como era em Bento Rodrigues", diz a moça, que agora se hospeda em um hotel com horário de visita para parentes e para refeições.


No alojamento, onde também estão o marido e os filhos, Marly tenta fazer com que as crianças brinquem. Ontem, saiu do hotel para almoçar na casa da prima. "Foi para distrair a cabeça, então fui. As meninas perguntam muito de casa. Já os parentes, que estão ligando, perguntam como estou, o que aconteceu com minha mãe. Não sei o que responder."


Menina

A lista de desaparecidos inclui a menina Emanuely Vitória Isabel, de 5 anos, que se soltou da mão do pai enquanto tentavam escapar da enxurrada de lama que atingiu o distrito de Bento Rodrigues. A família, em desespero, chegou a colar cartazes informando sobre o desaparecimento da criança, pedindo ajuda em sua localização. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.


Publicidade

Últimas notícias

Publicidade
LONDRINA Previsão do Tempo