A Secretaria de Justiça e Cidadania de Roraima descartou nesta sexta-feira (6) a possibilidade do assassinato de pelo menos 33 presos por outros detentos na Penitenciária Agrícola de Monte Cristo (Pamc) estar associado à guerra entre organizações criminosas.
Segundo a secretaria, desde novembro de 2016 os presos estão separados em diferentes estabelecimentos prisionais, de acordo com a facção criminosa a que afirmam estar ligados. A segregação foi uma resposta das autoridades locais aos confrontos entre grupos rivais que ocorreram em outubro, deixando pelo menos dez mortos.
Na Penitenciária Agrícola de Monte Cristo, localizada na zona rural de Boa Vista (RR), estão apenas os presos que integram o Primeiro Comando da Capital (PCC) e os que afirmam não pertencer a nenhum grupo. Já na Cadeia Pública estão membros do Comando Vermelho e da Família do Norte (FDN).
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De acordo com o secretário estadual de Justiça, Uziel de Castro Júnior, todos os presos mortos hoje ou integram o PCC ou não tem vínculos com nenhuma organização criminosa. "É improcedente a informação de que o que aconteceu seja uma vingança às mortes em Manaus", disse o secretário, em alusão aos assassinatos de presos supostamente ligados ao PCC por integrantes da FDN nos dois primeiros dias do ano, em estabelecimentos prisionais de Manaus (AM).
Cinquenta e seis presos foram mortos no Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj) e quatro na Unidade Prisional do Puraquequara (UPP). Além das mortes, 112 presos fugiram do Compaj e 72 do Instituto Penal Antônio Trindade (Ipat).
Mais cedo, o ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, também afirmou que as mortes em Roraima foram resultado de um acerto de contas entre integrantes do PCC e não uma "uma retaliação" do PCC à FDN. "Todos [os mortos em Boa Vista] eram ligados à mesma facção, ao PCC. Dos 33 mortos, três eram estupradores e os demais eram rivais internos que haviam traído os demais. Então, na linguagem popular, trata-se de um acerto de contas interno.