O plenário do Senado rejeitou hoje (19) a indicação do embaixador Guilherme Patriota para a representação do Brasil na Organização dos Estados Americanos (OEA), feita pela presidente Dilma Rousseff (PT). Irmão do ex-ministro de Relações Exteriores Antonio Patriota, o diplomata rejeitado para a OEA teve 38 votos contrários e 37 favoráveis à sua indicação.
Para ser aprovado pelo Senado, Guilherme Patriota precisaria de 41 votos favoráveis. "Só quero lamentar até onde a disputa político-partidária está indo aqui, neste plenário do Senado. É a primeira vez na história que um diplomata de carreira é rejeitado pelo Senado Federal. Eu acho simplesmente um fato lamentável", disse o senador Lindbergh Faria (PT-RJ), logo após o anúncio da rejeição. Outros senadores, também lamentaram que a indicação não tenha sido aprovada.
O líder do PSDB, senador Cássio Cunha Lima (PB), lembrou que Patriota já tinha "passado raspando" na Comissão de Relações Exteriores do Senado, quando foi sabatinado. "A sabatina não é um mero ato protocolar; não é um rito de passagem; muito menos é uma ação entre amigos. A sabatina serve para que o sabatinado possa revelar à República a sua forma de pensar. E nas respostas que foram dadas pelo sabatinado na última quinta-feira, na Comissão de Relações Exteriores, ficou patente que ele poderia melhor representar a Venezuela do que o Brasil, com as repostas que foram dadas", disse o senador.
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O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), ressaltou que a decisão do plenário é "soberana" e não pode ser questionada. "Para além de ser um fato lamentável, é uma decisão do Senado Federal que nós temos que respeitar; é uma decisão do Senado Federal que tem que ser respeitada, sim", disse o presidente.
Antes de Guilherme Patriota, o plenário votou a indicação do diplomata Paulo Cesar de Oliveira para assumir a embaixada do Brasil na França e em Mônaco. Oliveira foi aprovado com 66 votos a favor e quatro contrários, além de uma abstenção.