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Perigo no céu

Taxa de acidente aéreo fatal no País supera a mundial

Agência Estado
16 set 2009 às 09:24

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- Reprodução
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A taxa de acidentes fatais na aviação regular do Brasil está mais de quatro vezes acima do padrão mundial. A avaliação consta do inédito "Relatório Anual de Segurança Operacional", da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), que será divulgado hoje na internet. Enquanto o índice de tragédias na aviação regular do País foi de 1,76 em 2008, a média internacional ficou em 0,4 para cada 1 milhão de voos - à frente apenas dos poucos países do leste europeu não vinculados à Agência Europeia para a Segurança da Aviação (2,56), Ásia central e oeste (2,29) e África (4,96). Apesar de as estatísticas indicarem hoje um cenário desfavorável, dizem os técnicos da agência, a tendência é de melhora nos próximos anos.

Como as médias de cada país são calculadas com base nos registros dos últimos cinco anos, só a partir de 2011 é que os dados devem refletir uma melhora significativa, caso não ocorra nenhum acidente de grandes proporções. As quedas do avião da Gol, em 2006, e da TAM, em 2007, foram as responsáveis pela piora do índice nacional. As duas maiores tragédias da aviação civil brasileira tiveram, juntas, 353 vítimas. "Sem essas duas ocorrências, a taxa nacional estaria muito próxima da dos Estados Unidos (0,26, a mais baixa do planeta)", afirma o gerente-geral de Análise e Pesquisa em Segurança Operacional da Anac, Ricardo Senra, responsável pelo estudo.

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A meta da agência é alcançar em 2011 uma taxa próxima de 1 acidente fatal para cada 1 milhão de voos. A Organização de Aviação Civil Internacional (Icao, na sigla em inglês) estabelece como padrão "aceitável" um índice até duas vezes superior à média mundial, hoje em 0,4. "O fato de projetarmos o cumprimento da meta em dois anos não significa que vivemos uma condição insegura", afirma Senra. "A aviação brasileira é segura e nossa ideia é aprimorá-la. Depois de atingirmos essa meta, haverá outras. Buscamos zerar esse número."

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Apesar de terem "contaminado" a taxa de acidentes aéreos fatais, as tragédias da Gol e da TAM são consideradas "pontos fora da curva" da estatística da aviação regular no País. De acordo com o relatório da Anac, a tendência demonstrada pela série histórica (1979 a 2008) indica queda no número de acidentes fatais e mais graves, quando as aeronaves são declaradas irrecuperáveis. "Embora seja sempre possível melhorar, tanto a aviação regular quanto a geral (táxi aéreo e jatos executivos) apresentam hoje números gerais satisfatórios", afirma o gerente-geral de Análise e Pesquisa em Segurança Operacional da Anac, Ricardo Senra.

O estudo da agência assinala que "a taxa de acidentes fatais é um bom representativo da quantidade e, também, da severidade dos acidentes em geral. O fato de se manter constante, mesmo em face de um aumento do número total de acidentes, demonstra melhora no nível de segurança, dado que o número de horas voadas tem aumentado".


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