Pesquisar

Canais

Serviços

Publicidade
Publicidade
Publicidade
Desigualdade social

Taxa de mortes maternas é a menor em 22 anos, mas ainda é elevada em estados do Norte e Nordeste

Ana Botallo - Folhapress
09 set 2024 às 20:00
- Andre Borges/Arquivo Agência Brasília
siga o Bonde no Google News!
Publicidade
Publicidade

O número de mortes maternas no Brasil em 2022 caiu para o menor índice em 22 anos (isto é, desde 2000).

Cadastre-se em nossa newsletter

Publicidade
Publicidade

O número de mortes foi de 1.397. No ano anterior, em 2021, ano da pandemia, atingiu o pico de 3.058.

Leia mais:

Imagem de destaque
Voltou atrás

Malafaia diz que fez as pazes com Bolsonaro e ri de 'bolsominions viúvas de Marçal'

Imagem de destaque
Raízes do Centro

Terceiro voo da Força Aérea Brasileira traz mais 217 pessoas do Líbano

Imagem de destaque
Níveis médio e superior

Inscrições para concurso dos Correios começam nesta quinta-feira

Imagem de destaque
"Não sou dono da Vai de Bet"

Gusttavo Lima afirma nem saber como se lava dinheiro após ser indiciado


Os dados são de um levantamento feito pelo Observatório da Saúde da Umane a partir de dados do Sistema de Informação de Mortalidade (SIM), do DataSUS. A Umane é uma associação isenta e sem fins lucrativo de apoio a iniciativas no âmbito da saúde pública.

Publicidade


Segundo o painel, a taxa nacional de mortalidade materna (óbitos que ocorrem durante a gravidez ou até 42 dias após o parto) em 2022 foi de 54,5 a cada cem mil nascidos vivos. Em 2021, pior ano da pandemia, chegou a 117,4 e, no ano anterior, 74,7.


Para fins de comparação, os Estados Unidos tiveram um aumento também significativo da taxa de mortalidade materna nas últimas duas décadas, segundo o Unicef (Fundação das Nações Unidas para a Infância), passando de 12, em 2000, para 21 a cada cem mil nascidos vivos, em 2020. Em 2021, o país registrou a maior taxa, de 33.

Publicidade


Não é a primeira vez que o Brasil registra a queda, mas existe uma desigualdade regional e de raça/cor das mortes. Enquanto unidades da federação como Santa Catarina (33,6), Distrito Federal (36,2) e Rio Grande do Sul (39,7) têm as menores taxas, Roraima (145,2), Sergipe (98,2), Tocantins (88,7) e Piauí (87,6) têm as mais altas. Já a proporção de mortes é de 67,1% (937) entre pretas e pardas e 29,5% (412) brancas.


Para Evelyn Santos, gerente de parcerias e novos projetos da Umane, enquanto a taxa nacional pode ter caído -dentro dos Objetos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), da ONU, que é de 70 por cem mil-, nos países de renda mais alta essa queda já está mais consistente há anos. 

Publicidade


"Nos países de alta renda, a mortalidade materna diminui de forma consistente nesse período [de 2000 a 2022] e fica lá embaixo, enquanto nos países de média renda, como o Brasil, reduziram mas continuam em um patamar ainda alto", explica.


Vendo as diferenças regionais, a pesquisadora ressalta que, embora o indicador tenha melhorado de 2021 para 2022, a maioria dos estados não conseguiu atingir patamar igual ou menor àquele pré-pandemia. "Mas o ideal para morte materna, é claro, seria zero, porque de 75% a 90% [alguns estudos estimam em 75%, outros 90%, dependendo dos fatores] das causas de morte materna são evitáveis", diz.

Publicidade


Quando diz que muitas mortes são evitáveis, Santos lembra que algumas das principais causas que levam à morte de mulheres em idade materna são doenças infecciosas, como HIV/Aids, malária e hepatites virais, hemorragias durante o parto e outras condições, como pré-eclâmpsia e diabetes. Outras condições têm relação com a falta de pré-natal adequado.


Imagem
'Secar' o corpo até o verão é possível, mas exige disciplina e acompanhamento
A quase três meses do verão, muitas pessoas começam a buscar formas de "secar" o corpo e recorrem a dietas milagrosas e remédios. No entanto, não existem soluções fáceis e atalhos para perder peso rapidamente.


Paulo Lotufo, professor de epidemiologia na Faculdade de Medicina da USP (Universidade de São Paulo) e superintendente de saúde da universidade, explica que historicamente as mulheres negras são as que têm a pior mortalidade dentre todos os níveis sociodemográficos, e isto está associado não somente à raça, mas à condição econômica.

Publicidade


"Em São Paulo mesmo nós temos índices de mortalidade bem discrepantes para doenças crônicas, como diabetes e hipertensão, entre o Grajaú [bairro da periferia na zona Sul] e Alto de Pinheiros. E a mulher negra sempre está em uma situação pior", diz.


Ele vê com uma ressalva, no entanto, a análise de mortes causadas por DCNTs (doenças crônicas e não transmissíveis), porque muitas vezes há um preenchimento incorreto do atestado de óbito. "Um homem de 70 anos que morrer por hipertensão, provavelmente é um mal preenchimento, já que nessa faixa etária 70% da população tem hipertensão, e é uma causa associada. Agora uma mulher jovem, de 25 anos, em idade materna, morrer de hipertensão, isso sim é um problema porque exemplifica um problema maior, de falta de atenção no pré-natal", afirma.

Publicidade


Outro fator lembrado pelos especialistas para a alta das mortes maternas, principalmente em estados do Norte, são as altas taxas de gravidez infantil na região. Roraima tem a taxa mais elevada de gravidez de meninas de 10 a 14 anos.


"Temos que pensar que se essa menina tem uma gestação, e provavelmente é devido a uma violência sexual, porque para a legislação até os 14 anos é estupro de vulnerável, você tem já uma situação em que aquela menina está muito vulnerabilizada. E não dá para esperar que ela tenha acesso ao pré-natal adequado", diz Lotufo.


Para santos, as desigualdades também no acesso ao pré-natal agravam esse problema, já que um terço das mulheres no país apenas faz de 1 a 6 consultas, enquanto o recomendado são 7 ou mais.


"É preciso repensar como utilizamos as soluções de acesso à saúde regionais para prevenir e controlar as complicações, sejam elas gestacionais ou após o parto, ou seja, todas as mulheres, em todas as situações, independentemente da cor da pele, do local onde vivem ou da situação econômica, tenham acesso às mesmas condições e serviços de saúde", finaliza.


Imagem
Vacina do Butantan contra chikungunya tem 100% de eficácia em adolescentes de 12 a 17 anos
A vacina contra a chikungunya desenvolvida pelo Instituto Butantan apresentou 100% de eficácia em adolescentes de 12 a 17 anos que já tinham sido infectados pelo vírus antes de receber o imunizante.
Publicidade

Últimas notícias

Publicidade
LONDRINA Previsão do Tempo