A Varig, a maior companhia de aviação da América Latina, comemorou ontem 74 anos, com expectativa de crescimento neste ano, motivado pela implantação de novas rotas. Uma delas, que ainda está sendo estudada, vai sair do Aeroporto Internacional Afonso Pena, em São José dos Pinhais (Região Metropolitana de Curitiba), rumo à Europa. O novo vôo deve ser implantado no segundo semestre. Frankfurt, na Alemanha, é a cidade de destino mais cotada, ao lado de Londres, na Inglaterra.
De acordo com o vice-presidente de Marketing da Varig, Roberto Macedo, o crescimento do pólo automotivo na Região Metropolitana de Curitiba motivou a companhia a criar uma linha internacional saindo da capital paranaense. Ele explicou que a nova rota só deve ser oferecida no próximo semestre porque atualmente o aeroporto não comportaria novos vôos.
A companhia espera ter neste ano uma receita operacional de US$ 2,6 bilhões, superior a de 2000, que foi de US$ 2,3 bilhões. "Esse crescimento está baseado no crescimento econômico brasileiro, no crescimento do mercado e em uma frota 12% superior ao do ano passado", explicou Macedo. O presidente da Varig, Ozires Silva, falou que vê o futuro da companhia com otimismo, mesmo com a empresa ter apresentado um prejuízo em 2000 de R$ 179 milhões, motivado por despesas cambiais. Mas ele declarou que em termos operacionais, 2000 foi o melhor ano da companhia.
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A Varig não tem planos de rever o preço dos bilhetes aéreos e pretende continuar apostando em promoções pontuais para conquistar os clientes. Na avaliação da diretoria da companhia, não é apenas o preço que conta na hora de se escolher uma companhia. "A guerra das tarifas representa redução da receita em uma indústria que é muito cara", observou Silva.
Silva disse que o setor de aviação está esperando ansioso pelo novo Código Brasileiro de Aeronáutica, que atualmente está sendo estudado pelo Congresso Nacional. "Esperamos uma base regulatória flexível que nos permita competitividade no mercado internacional", disse. Mas ele afirmou que há muitas coisas no projeto feito pelo governo que, no entender das companhias aéreas, precisam ser corrigidas. "Temos preparadas 300 emendas para entregar ao Congresso", revelou.
Um dos pontos criticados no texto pelo presidente da Varig é o conceito de licitação por conexão, quando o ideal, para ele, seria por rede. "O transporte aéreo não pode ser pontual de A para B. Sem conceito de rede, assim como nas telecomunicações, as linhas aéreas não funcionam", analisou. Outro artigo contestado por Silva no projeto de lei que o Congresso está analisando diz respeito à cobrança, por parte do governo, da concessão das linhas para as empresas aéreas. "Evidentemente isso iria ser repassado para o preço da passagem", afirmou.
A Varig, fundada em 7 de maio de 1927, em Porto Alegre (RS), possui uma frota de 93 aviões e a média diária de 435 decolagens, rumo a 18 países, transportando 11 milhões de passageiros por ano. De acordo com a empresa, ela situa-se entre as 25 maiores empresas no ranking de 268 companhias associadas a International Air Transport Association. No Brasil e no exterior, a empresa tem 16 mil funcionários. No Brasil, a companhia oferece vôos em 112 cidades. (A jornalista viajou a convite da Varig)