A batata-inglesa é a vilã da cesta de produtos que compõem o índice de inflação da Páscoa. A variação positiva foi de 78,83% nos últimos 12 meses compreendidos entre abril de 2018 e março de 2019. A pesquisa foi divulgada nesta quarta-feira (27) pelo Ibre-FGV (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas).
A inflação de Páscoa atingiu 17,15%, depois de experimentar variações de 2,61%, em 2018; e deflação de 0,36%, em 2017. A taxa superou com folga o Índice de Preços ao Consumidor (IPC-10), da FGV, que ficou em 4,37%. A alta registrada para os produtos mais consumidos na Páscoa voltou ao patamar observado em 2016, da ordem de 15,17%.
Segundo o pesquisador Igor Lino, do instituto, responsável pelo levantamento, a batata-inglesa tem peso de 17,5% na cesta de produtos para a Páscoa. Retirando a batata da cesta, a inflação dos itens de mesa para a Páscoa cai de 17,15% para 4,11%. "Ela (a batata-inglesa) é a grande vilã da inflação"
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A elevação de preço da batata-inglesa nos últimos 12 meses pode ser atribuído à questão climática, com registro de muita chuva no início do ano e calor intenso. O mesmo pode ser explicado em relação à couve, que subiu no período 21,17%.
O terceiro produto que contribuiu para a alta da inflação foi o bacalhau (+19,35%), em função do aumento do dólar, cuja variação atingiu 20% no ano. O quarto aumento significativo foi detectado no atum (10,36%).
Reajustes baixos
Lino disse que somente os pescados frescos tiveram aumento moderado de 4,67%. Alertou, porém, que com a proximidade da Semana Santa, "a demanda vai ser maior pelos pescados frescos e, com certeza, pode ter um aumento de preços aí".
Apesar da alta de 17,15% para os itens que compõem a mesa para a Páscoa, alguns produtos tiveram reajuste abaixo da inflação média apurada pelo IPC-10. Entre eles, podem ser citados bombons e chocolates (3,64%), sardinha em conserva (2,83%), azeitona em conserva (2,73%), ovos de galinha (2,08%), e azeite (1,13%).