A paralisação nacional dos caminhoneiros completaria uma semana nesta segunda-feira. Ela começou no dia 29 de janeiro, mas foi suspensa no sábado, dia 3 de fevereiro, depois de confrontos nas estradas e promessas de negociação com o Governo. Hoje, dirigentes do Movimento Brasil União Caminhoneiros (MBUC) no Paraná reuniram-se com o Secretário de Estado dos Transportes, Nelson Justus.
Nesta terça-feira, uma comissão nacional do movimento tem audiência marcada com o Ministro dos Tranportes, Eliseu Padilha. Se as propostas do governo não atenderem as reivindicações do MBUC, os caminhoneiros dizem que voltam a parar o transporte de cargas. "Se o governo não cumprir o que pedimos, o caminhoneiro vai ter que mudar de profissão", diz o presidente da Associação Paranaense do MBUC, André Felisberto.
As principais reivindicações nacionais do Movimento são o fim da cobrança de pedágio de caminhões até que o governo regulamente o vale-pedágio, definição de um valor básico para os fretes e maior segurança nas estradas. No Paraná, o problema mais agudo para a categoria é o alto preço do pedágio.
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A paralisação da semana passada, que começou como movimento pacífico, terminou com cenas de violência em várias regiões do Paraná. No dia 30 de janeiro, o vice-presidente do MBUC no Paraná, Plínio Dias, foi detido pela Polícia Rodoviária Federal depois de tentar impedir um caminhoneiro de voltar para a estrada. No mesmo dia, a polícia militar de Londrina teve que fazer a escolta de caminhões-tanque para garantir a manutenção do abastecimento de combustível no norte do Estado.
Na região oeste, houve falta de hortifrutis e o produtor agrícola teve dificuldade para escoar a produção. Menos de 50% do total de produtos foi entregue à Ceasa de Foz do Iguaçu na semana passada. Caminhoneiros que tentavam "furar" a greve tinha suas carretas apedrejadas. Como as empresas transportadoras não apoiaram o Movimento, a polícia militar passou a fazer escolta de comboios de caminhões para garantir o transporte das cargas.
No dia 2 de fevereiro o vic-presidente do Sindicato dos Caminhoneiro de Londrina, Wilson Roberto Moro, suspendeu a greve devido a ação da polícia militar. Os grevistas se transferiram para pontos estratégicos das rodovias na região. No mesmo dia, o juiz federal da 1ª vara de Curitiba, Zuudi Sakakihara, concedeu liminar proibindo a interrupção de rodovias no Estado sob pena de pagamento de multa de R$ 5 mil.
A ocorrência mais grave foi registrada na BR-277, em São Miguel do Iguaçu, na tarde de sexta-feira. Mais de 100 policiais militares entraram em confronto com caminhoneiros grevistas que tentavam impedir a passagem de um comboio de 150 caminhões. Seis pessoas ficaram feridas e 58 caminhoneiros foram detidos.