O rebaixamento do Lago de Itaipu levou municípios da Costa Oeste (margem paranaense do reservatório) a tomar medidas preventivas para amenizar os prováveis prejuízos ao turismo durante a temporada de verão. A redução, iniciada esta semana, visa aproveitar a água acumulada para aumentar a produção de energia da Itaipu Binacional e socorrer os estados afetados com a crise enérgica.
Técnicos calculam que o nível da represa será reduzido em cinco metros até janeiro, repetindo o índice registrado na virada de 1999 para 2000. Há quase dois anos, ocorreu a primeira diminuição das faixas de banho das praias artificiais, que permitiu o surgimento de lama, depressões, pedras e terra seca rachada. A medida afugentou milhares turistas.
Santa Helena (113 km ao norte de Foz do Iguaçu) foi a primeira cidade a prevenir-se. A Secretaria de Indústria, Comércio e Turismo comprou 20 mil metros cúbicos de areia para revestir a faixa de terra que deve ficar descoberta pela lâmina de água. O secretário e vice-prefeito José Altair Schimmelfennig (PFL) estima que a praia seja recuada em torno de 30 a 40 metros. A areia já foi esparramada em locais estratégicos na faixa de 900 metros de extensão da orla, em montes de até quatro metros de altura. O carregamento, comprado em Guaíra, foi transportado em chatas (embarcação para transporte de carga pesada) pelo Lago de Itaipu até o porto de Santa Helena. O volume é equivalente a 28 toneladas (1.667 viagens de caminhão). ‘Dessa vez não seremos surpreendidos’, disse Schimmelfennig.
Leia mais:
Uber defende no STF que não há vínculo de emprego com motoristas
Da tradição do café ao cinema: os ciclos da economia de Londrina
Concessão de rodovias no Paraná recebe quatro propostas; leilão nesta quinta
Confira o funcionamento do comércio de rua e shoppings durante o aniversário de Londrina
A Prefeitura de Itaipulândia (85 km ao norte de Foz) também recorreu à areia. O carregamento, de 2 mil metros cúbicos, está depositado na margem do lago desde agosto. ‘Queríamos baixar um decreto proibindo o rebaixamento, mas infelizmente isso é impossível’, brinca o diretor municipal de Turismo, Pedro Bijari.
Outro município que tende recorrer a essa opção é Entre Rios do Oeste (140 km ao norte de Foz), onde o secretário de Turismo, Martin Herpich, diz já ter entrado em contato com as empresas do setor para verificar condições de compra e transporte. Ele afirma que a alternativa será usada caso o nível reservatório ‘caia mais de quatro metros. Se cair muito, o visual fica pouco atraente, a orla fica seca e impraticável para o banho’, releva Herpich.
Já São Miguel do Iguaçu (43 km ao norte de Foz) vai apostar num piscinão de 25 mil metros quadrados construído pela prefeitura e abastecido por mananciais. Enquanto o lago perde seu volume de água, técnicos começam a encher a piscina para permitir o movimento de visitantes. Para a Secretaria de Turismo, ela será um diferencial da Costa Oeste.
As praias artificiais são uma alternativa ao litoral paranaense, distante 790 quilômetros de Foz. Os terminais, construídos em oito municípios, oferecem balneários onde são realizadas atividades esportivas, artísticas e de lazer. Metade dos seus visitantes é composta por paraguaios e argentinos.