Grandes movimentações no mercado financeiro fizeram o dólar despencar e fechar cotada a R$ 2,93, registrando baixa de 2,66%. Desde a abertura dos negócios nesta manhã voltou a se situar abaixo dos R$ 3.
De acordo com Joel Machado, da Century Investimentos, vários fatores colaboraram para a queda do dólar nesta quinta-feira. Um deles foi rumores de que teria ocorrido, pela manhã, um grande ingresso de recursos no
mercado, o que teria implicado um movimento de vendas puxando a cotação para baixo.
Um outro rumor, também associado ao momento especulativo em que vivem os
pregões, saiu do mercado doméstico e chegou com força ao investidor
estrangeiro: o Brasil estaria preparando uma nova emissão soberana.
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Analistas externos e internos mantêm cautela em torno desses rumores, uma vez que eles poderiam apenas servir para valorizar ativos do país. No entanto, uma nova emissão brasileira não pode ser descartada.
Segundo Machado, já começou com intensidade nesta quinta-feira o movimento das tesourarias dos bancos para influenciar a formação da Ptax (taxa média) do
dólar de sexta-feira e adequá-la às suas posições.
A Ptax desta sexta-feira irá balizar o vencimento do dólar futuro para junho na BM&F, dia 1º, e a liquidação de US$ 1,2 bilhão de swap cambial, totalmente rolada pelo Banco Central, dia 2.
De acordo com a Broadcast/Agência Estado, a maioria dos bancos mantém posições vendidas em dólar para esses vencimentos - apostavam na queda da cotação e a tendência inicial, segundo um especialista, era que a Ptax de amanhã ficasse em torno dos R$ 2,80.
No entanto, no meio do caminho, veio o anúncio do BC, na segunda-feira, de que não iria mais divulgar o porcentual de rolagem de dívida cambial, podendo
renovar até mesmo mais de 100% do vencimento.
A medida era aguardada pelo mercado, bem com a forte alta da moeda norte-americana que sucedeu ao anúncio - o dólar subiu 3,77% e fechou em R$ 3,025. Nos dias seguintes, o mercado se reacomodou e, agora, devolve a valorização e volta à tendência de adequar a Ptax às suas posições.
Indicadores brasileiros divulgados nesta quinta vieram dentro do esperado pelos
analistas. O PIB do País no primeiro trimestre caiu 0,1% ante o quarto
trimestre de 2002 e cresceu 2% ante o primeiro trimestre de 2002. O
superávit primário de abril ficou em R$ 9,849 bilhões, um recorde para meses
de abril desde 1991, segundo o BC.