Economia

É só ir no banco e fazer empréstimo, diz Bolsonaro sobre auxílio emergencial

01 jun 2021 às 14:39

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou nesta terça-feira (1) que aqueles que pedem a ampliação do auxílio emergencial no Brasil devem "ir no banco e fazer empréstimo".


A declaração ocorreu na saída do Palácio da Alvorada, em conversa com simpatizantes, e foi transmitida por um site bolsonarista.


"Qual pais do mundo fez um projeto igual ao nosso, num momento de crise, que foi o auxílio emergencial? Nós gastamos em 2020 com o auxílio emergencial o equivalente a 10 anos de Bolsa Família. E tem gente criticando ainda falando que quer mais. Como é endividamento por parte do governo, quem quer mais é só ir no banco e fazer empréstimo", disse o presidente.


"Sabemos da situação difícil que se encontra a população, que perdeu o emprego. Não por culpa do presidente, eu não obriguei ninguém a ficar em casa, não fechei comércio e por consequência não destruí emprego", acrescentou.


A atual rodada do auxílio será encerrada em julho. O benefício varia de acordo com a composição da família, sendo que as parcelas vão de R$ 150 a R$ 375 por mês.


Os valores pagos neste ano são inferiores aos desembolsados em 2020, quando vigorou um auxílio de R$ 600 durante cinco parcelas e de R$ 300 em quatro.


O governo tem sido cobrado pela extensão do programa social e o tema foi pauta de manifestações recentes contra o presidente Bolsonaro.


Também esta terça, Bolsonaro reconheceu que o Brasil atravessa um problema de inflação nos alimentos.


"Estamos com problema de inflação em especial na alimentação. O arroz subiu de preço, o milho está subindo agora, [o que] influencia diretamente no preço do ovo e da galinha", disse Bolsonaro, durante cerimônia de anúncio de patrocínios da Caixa a modalidades esportivas, realizada no Palácio do Planalto.


Ele disse ainda que os valores atuais da gasolina –"acima de R$ 6 o litro em alguns estados"– "não têm cabimento" e que isso impacta no preço dos alimentos.


"Não seguiremos o exemplo da Argentina, que há poucos dias proibiu por 30 dias a exportação de carne para baixar o preço para o povo poder se alimentar com carne mais barata. Essa intromissão no mercado leva no curtíssimo prazo ao desabastecimento".


"Nós aqui fazemos o contrário, investimos na produção. É o livre mercado, essa é a maneira de buscarmos soluções para os nossos problemas. Tenho certeza que dessa forma diminuiremos o preço da alimentação, que considero que está alto. Produzindo mais, e não interferindo no mercado", declarou.


Em seguida, Bolsonaro voltou a criticar governadores que, segundo ele, não permitiram a redução nos preços dos combustíveis quando o governo federal zerou, por dois meses, impostos federais sobre combustíveis.


Segundo o presidente, o abatimento dos tributos "não adiantou nada".


"Porque muitos governadores aumentaram o ICMS [imposto estadual]. Foi um trabalho meu, um sacrifício por parte do governo que não surtiu efeito".


Ele também defendeu um projeto que muda regras de cobrança do ICMS para que estados fixem valores nominais do tributo, mas reconheceu que a proposta enfrenta resistências no Legislativo.

"Está nos sobrando apenas o caminho da Justiça", disse.


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