Londrina encerrou outubro com saldo positivo de 394 vagas de trabalho, segundo balanço do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), do Ministério do Trabalho e Emprego. O resultado representa uma pequena alta, de quase 2%, sobre o saldo das demissões e contratações realizadas no mês anterior. O setor de serviços teve o melhor desempenho, com 251 vagas geradas.
Na comparação com outubro de 2023, o resultado do mês passado mostra uma redução bastante significativa, de 50%. Naquele mês, o número de postos de trabalho criados no município ficou em 788.
Entre os setores econômicos, além de serviços, o comércio, a construção e a indústria também registraram saldo positivo, de 85, 45 e 19 vagas, respectivamente. A agropecuária teve variação negativa, com seis vagas a menos no período analisado.
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Na (Região Metropolitana de Londrina), o saldo foi de 366. Dos cinco municípios avaliados, além de Londrina, o número de contratações superou o de desligamentos apenas em Arapongas (112) e Rolândia (32). Em Cambé e Ibiporã, a variação foi negativa. Cambé fechou outubro com 22 vagas a menos do que em setembro e Ibiporã, com redução de 150 postos de trabalho.
Quando observados os setores econômicos na RML, o de serviços também se sobressai, com 144 vagas, seguido do comércio (130), indústria (86), construção (29). Assim como em Londrina, a agropecuária teve retração em outubro, com redução de 23 postos de trabalho.
Apontado como um dos setores mais importantes para o bom desempenho do mercado de trabalho, a indústria em Arapongas se destaca entre os cinco municípios da RML, com 72 vagas de emprego geradas. Com 21 cada um, o setor industrial de Cambé e Rolândia também criou mais vagas do que Londrina, com apenas 19. Ibiporã teve saldo negativo na indústria, com -47.
Coordenador do NuPEA (Núcleo de Pesquisas Econômicas Aplicadas) da UTFPR (Universidade Tecnológica Federal do Paraná), o economista Marcos Rambalducci destacou que o desempenho fraco não está restrito a Londrina, mas é uma tendência nacional. "O governo federal joga a culpa na taxa de juros elevada, o que não deixa de ter razão. Falta explicar somente o porquê de o Banco Central se ver obrigado a aumentar as taxas de juros e inibir o consumo das pessoas e das empresas", avaliou.
Com os gastos do governo superando as receitas, destacou Rambalducci, tudo o que é produzido internamente é consumido pelas famílias, pelas empresas e pelo próprio governo, sendo a fatia das famílias e das empresas menor do que a do governo. "Cabe ao Banco Central compensar o excesso de consumo do governo, aumentando a taxa de juros para inibir o consumo das famílias e das empresas." Menor consumo significa menos postos de trabalho.
Diante do desempenho observado nos dez primeiros meses e faltando apenas dois meses para o fim de 2024, o economista não descarta a possibilidade de Londrina registrar saldo negativo em novembro. "Certamente, em dezembro, acompanhando a trajetória em anos anteriores e a trajetória atual, é possível que encerremos o ano com um saldo próximo a cinco mil postos abertos em 2024, uma queda de 25% na comparação com 2023."
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