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Reflexos até na agricultura

Entenda impactos econômicos do encarecimento do diesel

Leonardo Vieceli/Folhapress
09 nov 2021 às 09:01
- Pixabay
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A escalada do preço do óleo diesel espalha uma série de reflexos em setores diversos da economia brasileira: do transporte de cargas e passageiros até a produção de alimentos no campo.


Em 2021, o combustível já acumula alta de 65% nas refinarias da Petrobras, o que gera uma pressão até as bombas dos postos.

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O diesel mais caro, ao elevar os custos do transporte de cargas nas rodovias, levou a uma onda de críticas dos caminhoneiros à política de preços da estatal.

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Na hora de definir os preços dos combustíveis nas refinarias, a Petrobras leva em consideração o comportamento do petróleo no mercado internacional e a variação do dólar. Trata-se de uma política de paridade.


Com a retomada da economia mundial, após restrições para frear a Covid-19, a demanda por petróleo aumentou ao longo dos meses. Assim, a cotação do barril passou a subir, impactando os preços no Brasil.

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Além disso, o avanço do dólar, acima de R$ 5, gera uma pressão adicional para os combustíveis.


"O real está desvalorizado. O descompasso frente ao dólar se reflete nos preços", diz o economista Marcio Sette Fortes, professor do Ibmec-RJ.

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Entre os dias 31 de outubro e 6 de novembro, o valor médio do diesel nos postos brasileiros foi de R$ 5,339 por litro, indica pesquisa da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis). A marca representa avanço de 47,2% frente ao final de 2020 (R$ 3,628).


O diesel mais alto também eleva as despesas de empresas que realizam o transporte de passageiros. No dia 28 de outubro, operadoras de ônibus urbanos criticaram o governo federal e a política de preços da Petrobras.

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"Preço do diesel mostra que o governo quer ônibus lotado e serviço ruim", afirmou na ocasião a NTU (Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos), que representa o setor.


A alta do insumo ocorre no momento em que o transporte de passageiros tenta se recuperar do baque causado pela pandemia. Segundo a NTU, as operadoras de ônibus urbanos amargam um prejuízo acumulado de pelo menos R$ 17 bilhões durante a crise sanitária.

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"A omissão do governo federal frente aos sucessivos reajustes do óleo diesel, insumo que representa em média 26,6% do custo do transporte público coletivo, está forçando a insolvência das empresas operadoras", disse a NTU.


No campo, o combustível é insumo para a operação de máquinas agrícolas, além de ser usado no transporte de mercadorias em caminhões. Ou seja, ao subir, encarece os custos de produção de alimentos.

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"O diesel alto tem um efeito de médio e longo prazo na economia, maior do que o da gasolina. Impacta desde o transporte de cargas e passageiros até bens industriais e in natura", afirma o economista Matheus Peçanha, do FGV Ibre (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas).


Segundo ele, o combustível tende a permanecer em nível elevado pelo menos até o começo do próximo ano.


A perspectiva está relacionada ao processo de reabertura da economia internacional. O movimento deve seguir nos próximos meses, mantendo a demanda por petróleo aquecida, segundo o pesquisador.


Em meio à escalada de preços no Brasil, o Confaz (Conselho Nacional de Política Fazendária), colegiado que reúne governo federal e secretários de Fazenda dos estados e do Distrito Federal, aprovou o congelamento, até o final de janeiro, do valor do Icms (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) cobrado nas vendas de combustíveis.


De acordo com especialistas, a medida tem efeito limitado, já que não impede novos avanços para o consumidor.


"A perspectiva é de os combustíveis continuarem muito pressionados. O ICMS não é a causa do aumento dos preços. O que provoca a alta é o aumento do barril de petróleo e do dólar", aponta Peçanha.


A moeda americana voltou a ganhar força na reta final de 2021 com o cenário de incertezas fiscais. As dúvidas sobre as contas públicas aumentaram após o governo federal decidir driblar o teto de gastos para pagar o Auxílio Brasil.


"Estamos em um cenário de retomada da economia no mundo, e pode haver nova elevação do petróleo. Isso poderia ser compensado com o dólar em um patamar mais baixo", analisa Fortes.


O avanço dos combustíveis joga pressão sobre o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) às vésperas do ano eleitoral. Nas últimas semanas, Bolsonaro passou a fazer críticas à Petrobras, chegando a dizer que a estatal deveria ter um "viés social" e lucrar menos.


A empresa, por sua vez, argumentou que seus resultados positivos beneficiam toda a sociedade, com a distribuição de dividendos à União, pagamento de impostos e investimentos.

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