Segundo o presidente da Companhia de Desenvolvimento de Londrina, a intenção é incentivar a construção de mais parques industriais
A Codel notabilizou-se há algumas gestões por incentivar a industrialização de Londrina por meio da doação de terrenos. Uma proposta que já gerou muitas críticas pela baixa efetividade na geração de empregos, renda e impostos, dentre outros problemas. Como o senhor, Paulo Henrique Ferreira, pretende de fato industrializar a cidade para sair desse ciclo?
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A intenção dessa nova gestão da Codel é incentivar a construção de mais parques industriais, por meio das relações com o mercado privado, e também construir novos parques industriais no formato daquele que erguemos na Cidade Industrial. A intenção é que a gente utilize os recursos das vendas desses terrenos para aplicar em novos movimentos de industrialização para quebrar esse ciclo da doação. Inclusive, venho falando muito pouco ou quase nada - na verdade, desviando atenção de todo mundo - sobre doação, para que a gente não fale de doação, mas fale de compra, investimento, mercado privado, colocar dinheiro, compromisso, businessplan. E é isso que a gente espera do empresário quando ele vem buscar a Codel, que ele também tenha uma estruturação mínima para trazermos os investimentos para a cidade.
Você tem falado de criar centros de negócio próximos ao aeroporto, rodovias e à linha férrea. O Aeroporto de Londrina está aguardando o ILS há décadas. As rodovias próximas de Londrina devem ser pedagiadas novamente, mas as mudanças mais substanciais, como os contornos, vão demorar no mínimo 5 anos. A linha férrea tem o Projeto do Trem Pé Vermelho, que ainda está na fase de ideação e estudos. Como equalizar tudo isso tendo em vista que o mandato do prefeito Tiago Amaral tem quatro anos?
A gente só vai conseguir uma mudança quando tivermos um novo nome (para a companhia). Independente de a gestão do Tiago durar quatro anos ou se nós levarmos mais tempo para idealizar essas ações, os projetos estão prontos e precisam sair. Nós precisamos organizar isso e temos feito as conexões desde já. Muitas conexões vão envolver infraestrutura, atração de empresas, turismo, indústria, tecnologia... Então, neste exato momento, nós continuaremos semeando, porque se não pararmos de semear a colheita virá. Vamos semear, baseando-se em planejamento, e uma hora isso será colhido. Independente de quem esteja na próxima gestão, a colheita vai acontecer desde que todos deem continuidade ao trabalho que está sendo executado neste momento.
Londrina é uma cidade com formação sólida de mão de obra, porém as empresas enfrentam dificuldade na contratação de profissionais para certas áreas. Sem contar que muitos jovens ainda não veem o empreendedorismo e a inovação como um caminho a ser seguido. De que forma a Codel vai trabalhar nesse sentido tendo em vista que é preciso um trabalho na base, isto é, muito próximo dos jovens, inclusive daqueles que não estão nas universidades?
Muito do nosso planejamento está na construção da relação com as academias, sejam elas as locais, como Universidade Estadual de Londrina (UEL), PUC-PR, Anhanguera/Unopar, UTFPR (principalmente, com os cursos de engenharia), mas também atração de centros de educação para a cidade de Londrina. Uma das discussões que temos é com as universidades americanas, em decorrência do relacionamento construído ao longo da minha carreira profissional. A ideia é que a gente traga mais mão de obra para Londrina, aproxime essa mão de obra - por meio dos centros de educação e ensino - do mercado para que eles possam prover os profissionais que nós tanto precisamos para nossa cidade.
*Lucas V. de Araujo: PhD em Comunicação e Inovação (USP).
Jornalista Câmara de Mandaguari, Professor UEL, parecerista internacional e mentor de startups. @professorlucasaraujo (Instagram) @professorlucas1 (Twitter)