O presidente Fernando Henrique Cardoso vetará nesta semana a reserva de R$ 5 bilhões que os parlamentares criaram na Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2003 com o objetivo de garantir verbas para um reajuste real ao salário mínimo acima da inflação e cobrir novos gastos feitos por meio das emendas dos deputados e senadores. Com isso, o Congresso terá de cortar ou rever as prioridades que serão propostas pelo atual governo para o primeiro ano da nova administração se quiser aprovar as emendas dos parlamentares e corrigir o mínimo acima da inflação.
O ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão, Guilherme Dias, disse no final de semana à reportagem que recomendou ao Palácio do Planalto o veto à reserva incluída na LDO de 2003 pelos congressistas por causa do quadro mais apertado da arrecadação no próximo ano.
A estratégia do governo é jogar a decisão de um aumento acima da inflação para depois de outubro, quando estará eleito o novo presidente. Além do ajuste nas contas públicas no ano que vem, decorrente da decisão de incrementar a meta do resultado das contas públicas para 2003, de 3,5% para 3,75% do PIB, o novo governo contará com R$ 2,8 bi a menos na arrecadação por causa da redução da alíquota da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) e da correção da tabela do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF).