As campanhas de marketing deste final de ano dos shopping centers de Curitiba estão sendo refeitas, em função do não enquadramento à nova interpretação da legislação sobre a realização de sorteios de veículos e apartamentos. Com o fim dos prêmios milionários, os shoppings estão disputando os consumidores com campanhas sociais, investimentos em decoração e atrações para crianças.
Quem entrou com pedido antes da legislação passar para a competência do Ministério da Fazenda, está fazendo o sorteio. É o caso do Shopping Itália, que está sorteando um veículo KA zero. O responsável pelo departamento jurídico do shopping, Irã Ratacheski, disse que lojistas do Brasil inteiro foram surpreendidos com essa mudança de critérios na interpretação da lei, em pleno final de ano. "Justamente num período que os lojistas tentam atrair consumidores para sair do sufoco financeiro que ficou o ano inteiro, o governo parece que joga contra a iniciativa dos lojistas de querer vender mais e gerar mais empregos", disparou.
Para Ratacheski, o cumprimento da lei que exige a quitação de todos os impostos por parte de todos os lojistas não condiz com a realidade brasileira, onde o comércio não agüenta mais a carga tributária. A superintendente do Shopping Curitiba, Rozani Grossi, também avalia que é muito difícil para o empresariado brasileiro cumprir com todas as obrigações tributárias nas três esferas, dada a sua carga excessiva "que precisa ser revista". O Shopping Curitiba está apostando num crescimento de 20% nas vendas com a campanha que vai presentear as crianças carentes.
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A gerente de marketing do Shopping Crystal Plaza, Lilian Vargas, disse que a campanha de marketing já previa o sorteio de duas picapes Dakota. Mas a premiação foi suspensa na última hora e a campanha está sendo substituída por alternativas como a melhor vitrine e do melhor vendedor para incentivar as vendas, justificou. Ela criticou a nova orientação por parte do Ministério da Fazenda. Disse que desde agosto, o Crystal enviou as certidões negativas de todas as lojas, mas a Secretaria de Acompanhamento Econômico passou a exigir o relatório financeiro das lojas, com um demostrativo de todas as receitas operacionais das empresas. "Isso é impossível", reagiu.
O superintendente do PolloShop e PolloShop Estação, Ivo Petry, acredita que as restrições do Ministério da Fazenda vão inviabilizar a realização dos sorteios de prêmios daqui para frente. Isso porque não dá para o universo de lojistas estarem quites com todos os tributos. Segundo Petry a carga tributária é excessiva e agora que o comércio começa a sair de uma crise séria, em que muitas lojas tiveram que fechar as portas. O Shopping Muller também está reavaliando sua campanha e deve divulgar a nova estratégia ainda nesta semana.