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Governo perderá ações da Sanepar com a privatização da Copel

Carmem Murara - Folha do Paraná
08 ago 2001 às 11:19

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A privatização da Companhia Paranaense de Energia (Copel) fará com que o governo do Estado enfraqueça ainda mais a sua presença na Companhia Paranaense de Saneamento (Sanepar). O futuro dono da companhia energética embolsará também os demais investimentos que a Copel tem em diferentes setores da economia.

O governo alega que a perda não será significativa, pois na prática o Estado possui 31% do controle acionário da Copel. Logo, dos 5% que a Copel tem na Sanepar apenas 31% do total pertencem ao governo. Com a venda da Copel, o governo perde 1,5 ponto percentual de seu poder na Sanepar. "De forma indireta ficaremos um pouquinho menos donos da Sanepar, mas isto é muito pouco", disse ontem o secretário de Governo, José Cid Campêlo Filho. Do capital total (ações ordinárias mais as preferenciais), o governo tem 52,5%.

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A Copel é sócia da Sanepar desde 1998, quando o governo do Estado decidiu se desfazer de parte do controle acionário e abriu o capital para grupos privados e estrangeiros. Na época, 39,71% das ações ordinárias (que dão direito a voto) foram vendidas para um "sócio estratégico", denominação dada pelo governo para justificar a iniciativa de vender ações.

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O governador Jaime Lerner alegava que era necessário capital para aumentar os investimentos e recuperar os resultados financeiros da Sanepar, que estavam comprometidos. O Estado não tem autorização legal, dada pela Assembléia Legislativa, para privatizar a empresa.


As ações foram vendidas para o consórcio Dominó que é formado pelo grupo francês Vivendi (30%), para a construtora Andrade Gutierrez (27,50%), ao Banco Opportunity (27,50) e para Copel (15%). O índice se refere a participação de cada uma das empresas nos 39,71%.

A presença do "sócio estratégico" na Sanepar mudou a forma de gestão da empresa. O presidente da companhia continua a ser indicação do governo do Estado. O cargo é ocupado por Carlos Teixeira de Freitas, que está cercado por uma diretoria toda nomeada pelas empresas privadas que dominam a Sanepar. Na prática, as decisões operacionais partem delas.


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