Em menos de dois meses, a montadora Volkswagen/Audi paralisou a linha de produção na fábrica em São José dos Pinhais pela segunda vez. A paralisação está sendo motivada pela greve dos metalúrgicos que trabalham nas empresas fornecedoras de peças para a montadora. No terceiro dia de greve, dos 1,2 mil funcionários que trabalham para 12 empresas que fornecem peças para as montadoras Volkswagen/Audi e Renault. A primeira paralisação ocorreu em outubro e foi motivada pela greve dos metalúrgicos que trabalham nas montadoras.
A Volkswagem/Audi depende do fornecimento diário de 12 peças que são fundamentais na fabricação dos carros Golf e Audi A3. Com o fim dos estoques, a montadora está parada desde segunda-feira. A Assessoria da montadora informa que cerca de 1.500 veículos já deixaram de ser produzidos nesse período de paralisação.
Segundo informações da representante do Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores (Sindipeças), Leda Maria da Costa Chaga, as 12 empresas fornecedoras de peças estão pagando uma multa diária à montadora pela paralisação, que já está fixada em contrato. A Volkswagem/Audi não informou o valor da multa.
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Na Renault, o impacto não foi tão severo porque a dependência de peças é menor. Mas o Sindicato dos Metalúrgicos acredita que a produção foi desacelerada.
Espera-se uma solução para a greve nesta quinta-feira, quando haverá uma audiência de julgamento no Tribunal Regional de Trabalho. Após duas audiências de conciliação, onde não houve acordo entre trabalhadores e empresas para fixação do piso salarial, o TRT vai julgar a questão.
O presidente nacional da Força Sindical e dos Sindicatos dos Metalúrgicos de São Paulo, Paulo Pereira da Silva, vem especialmente para a audiência.
Os metalúrgicos que trabalham nas fábricas instaladas no Parque Industrial de Curitiba (PIC) estão reivindicando a equiparação do piso salarial com os metalúrgicos paulistas, fixado em R$ 420,00 mais 10% de reajuste. As fábricas que estão no Paraná ofereceram piso de R$ 408,00 mais 7% de reajuste.
Segundo a representante do Sindipeças, a greve dos operários do Paraná surpreendeu as empresas fabricantes de peças que não esperavam por esse movimento, que foi " repentino". Como as regiões são diferentes, o Sindipeças achou que no Paraná estava tudo certo, inclusive as empresas até já adiantaram o reajuste de 7% no pagamento quinzenal entre outubro e novembro. O piso de R$ 420,00 no Paraná vai representar um reajuste de 20%, acima das planilhas de custo das empresas, afirmou.