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Greve reduz o transporte de cargas

Emerson Cervi - Folha do Paraná
30 jan 2001 às 11:47

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No Sul do Paraná, o primeiro dia da paralisação nacional de caminhoneiros não teve piquetes. Ao invés de ficarem parados em acostamentos ou postos de combustíveis, os transportadores preferiram ficar em casa. Não houve incidentes, pelo menos na Região Metropolitana de Curitiba. As polícias rodoviárias apenas acompanharam as manifestações no Posto 100, na BR-116, próximo ao Ceasa. No início da manhã de ontem cerca de 60 caminhões estavam no local. Já a tarde o número cresceu um pouco atingindo a 120 veículos, com 400 caminhoneiros a pé munidos de faixas.

Segundo informações dos organizadores do movimento, o tráfego de veículos de carga foi reduzido em cerca de 90% na tarde de ontem. A Polícia Rodoviária Federal não confirmou a queda no tráfego nas rodovias sob sua supervisão. Da mesma forma aconteceu com a Polícia Rodoviária Estadual.

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Extra-oficialmente, policiais federais informaram que houve redução de 60% do número de caminhões trafegando. A meta do Movimento União Brasil Caminhoneiro (MUBC) no Paraná é evitar o tráfego de pelo menos 80% dos 280 mil caminhões do Estado. Em dias normais, no trecho da BR-116 no Paraná trafegam em média 9.200 veículos.

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De acordo com André Felisberto, presidente do MUBC no Paraná, não dá para prever o que acontecerá nos próximos dias. "Vai ser gradativo e enquanto o governo não abrir as portas para negociar ficaremos parados", disse. Na BR-116, os grevistas não estavam impedindo a passagem de veículos de cargas. Os caminhoneiros que quisessem aderir à greve entravam no pátio do posto. Ele garante que o movimento nas estradas e postos de combustíveis está baixo porque os caminhoneiros preferiram não iniciar as viagens

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As reivindicações do movimento no Paraná são o fim da cobrança de pedágio dos caminhões até que a medida provisória do vale-pedágio seja regulamentada. Criação de uma tabela com valores mínimos para fretes por quilômetro rodado. A proposta é vincular o custo básico do frete por quilômeto a 14% do preço do litro de óleo diesel. Os caminhoneiros também requerem maior segurança nas estradas do Estado.


O caminhoneiro Joarez Bender, 42 anos, de Palmas (sul do Paraná) parou no posto 100, em Curitiba, no fim de semana passado. Ele está acompanhado da mulher e duas filhas pequenas. "Vamos ficar aqui até a situação ser resolvida", afirma. Ele disse que para fazer uma viagem de Curitiba a Ponta Grossa e voltar, cerca de 220 quilômetros, são gastos R$ 60,00 de pedágio. "Para fazer esse mesmo trecho eu não gasto mais que R$ 40,00 de óleo diesel", lembra. Uma das filhas de Joarez, Julianda Bender, completou o primeiro ano de vida ontem. Ela está desde a semana passada acompanhando os pais na viagem. A outra filha do casal, Loanda Bender, 3 anos, também acompanha os pais.

A maior parte dos transportadores de cargas perecíveis optou por não sair de casa pela manhãs para não correr o risco de ficar preso nos postos de combustíveis. A tarde Dois transportadores de peças de Pindamonhangaba, interior de São Paulo, para a usina hidrelétrica de Machadinho, em Joaçaba (Santa Catarina), estavam parados ontem em Curitiba. Eles garantem que só retomam a viagem depois que a greve terminar. "Era para a gente estar descarregando hoje (ontem) na hora do almoço, mas as peças não vão chegar na usina, o que atrapalha a obra", diz José Ferreira, 52 anos, um dos caminhoneiros grevistas. Para Aldemar Ferreira Maiolino, colega de José Ferreira, as tarifas de pedágio são muito elevadas e inviabilizam o transporte de cargas. (Colaborou Israel Reinstein)


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