Os produtores de fibras poliolefínicas (sacarias, cordas e fibras para tapete) querem que os fornecedores de matéria prima petroquímicas reduzam o preço interno para que eles fiquem equivalentes ao mercado internacional. O pedido foi apresentado ontem para um grupo de empresários do setor, durante uma reunião na sede da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep). Segundo o presidente da Associação Brasileira de Produtos de Fibras Poliolefínicas (Afipol), Edson Ramon, a equiparação de preços aquecerá o mercado e impedirá que as gigantes multinacionais roubem mercado brasileiro.
Por causa da diferença no preço, a maioria dos produtores locais está preferindo exportar. A resina comprada para produzir sacarias e fibras para exportação é 20% mais barata em relação ao mesmo produto que é adquirido para produtos que serão comercializados no Brasil. Para o mercado interno, o custo é de US$ 950 a tonelada de benzina de polipropileno, enquanto o mesmo produto custa US$ 700 se for usado para exportação. No mercado internacional, o preço gira entre US$ 700 e US$ 800.
"Queremos uma maior parceria com os fornecedores para ampliarmos a exportação", afirmou Ramon. Onze por cento da produção é exportada, índice muito superior aos 4,5% do ano passado.
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Ramon diz, no entanto, que ainda há ociosidade na indústria de fibras. Ela gira em torno de 20% contra 30%, no ano passado. As 45 empresas que hoje trabalham com a transformação de resina em sacarias, cordas e fibras chegam a consumir até 130 mil toneladas do produto ao ano. Só para a produção de sacarias (ráfia) são 100 mil toneladas. A maior parte abastece o setor agrícola nacional. O transporte de grãos e produtos ainda é a granel no País.
A tentativa de sensibilizar os fornecedores é uma luta que vem sendo travada há alguns meses. O diretor executivo da Afipol, Carlos Eduardo Oliveira, admite, no entanto, que o setor ainda tem fragilidades. "Fomos criados com muito protecionismo do governo e estamos despreparados para o mercado aberto", afirmou.