A disponibilidade de informação atualmente é um absurdo. Aquilo que meu professor do
doutorado chamava de “overload information” é uma realidade, conquanto você não queira
pagar por elas.
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Quando o assunto é inovação e empreendedorismo, a quantidade é ainda maior. Seja porque está
na moda, seja porque gera grande interesse nas pessoas. O Brasil é um país que, por várias
razões, principalmente as sucessivas crises econômicas, há muitos empreendedores. No entanto,
poucos inovam, um dos motivos pelos quais a mortandade das firmas é bastante elevada. Boa
parte dessas falências poderiam ser evitadas se os empreendedores tivessem informação de
qualidade para a tomada de decisões.
Essa foi uma das muitas mensagens que o empresário Luis Gustavo Turini trouxe na palestra
que encerrou a primeira fase do Programa Empreende Mais. Fiz questão de convidá-lo porque
conheço um pouco da trajetória desse farmacêutico por formação que conheci no ginásio,
quando ele era sempre o primeiro, e eu o último, a ser escolhido na hora de formar time para
jogarmos bola. Tudo bem que depois o Luis se tornou jogador profissional no nosso glorioso
Londrina Esporte Clube, o que me deixou um pouco mais conformado =)
Luis, como franqueado há 10 anos, ajudou a crescer uma marca conhecida por muitos
londrinenses, Hachimitsu, e ainda é sócio em outros negócios no setor gastronômico. Sempre
muito franco e aberto, Luis contou os muitos percalços que enfrentou ao longo da jornada como
empreendedor, seja na criação de avestruzes, uma das primeiras empresas que criou, seja no
setor de franquias. Uma das conclusões que chegou foi o quanto a indisponibilidade de
informação no final da década de 1990, quando começou no empreendedorismo, dificultou a
tomada de decisões e até os rumos que deveria seguir enquanto empreendedor.
Luis deu como exemplo a criação de avestruzes, exótico hoje, mas uma promissora atividade
econômica nos idos de 1998. Incentivado por informações positivas sobre o negócio, como o
elevado valor do quilo da carne da ave, ele juntou as economias adquiridas nos campos de
futebol e investiu comprando vários animais. Orientado por um profissional desavisado, foi
informado que os avestruzes comiam de tudo. Porém, levou um grande susto quando as aves
começaram a morrer ao comer grama!
Hoje, disse ele, o erro poderia ser facilmente evitado se tivesse obtido informações corretas
sobre o manejo da criação. Muitos empreendedores atualmente fazem questão de compartilhar
suas vivências, seus percalços, seus insucessos para ajudar quem está começando. Alguém que
pode no futuro se tornar seu sócio, como ocorreu com ele ao se unir aos fundadores do
Hachimitsu. Ao contrário de alguns empreendedores, que têm medo de detalhar a operação,
Luis é sempre muito aberto a troca de ideias. Não por acaso, pediu para que visitem e provem as
delícias das suas lojas, mas não se esqueçam de compartilhar o que poderia ser melhor na
experiência. “É no erro que a gente aprende”, disse Luis várias vezes ;)
*Lucas V. de Araujo: PhD em Comunicação e Inovação (USP). Jornalista Câmara de Mandaguari
Professor UEL, parecerista internacional e mentor de startups.
@professorlucasaraujo (Instagram) @professorlucas1 (Twitter)