Um dos meus objetivos mais importantes como professor é melhorar a empregabilidade dos meus alunos. Essa palavra comprida significa conseguir um emprego, porém, vou mais longe.
Sempre digo aos meus alunos que mais importante que conseguir uma oportunidade é criar oportunidades. Por isso a inovação e o empreendedorismo são tão importantes. Eles são o caminho para um universo de oportunidades, principalmente em áreas como nas ciências agrárias.
Levei meus alunos de Medicina Veterinária e de Zootecnia para uma visita na Agência de Inovação Tecnológica (Aintec) da Universidade Estadual de Londrina (UEL). Dois grupos com aproximadamente 100 estudantes conheceram o trabalho da Aintec, souberam como participar da seleção para novos projetos inovadores e ainda conversaram com empreendedores sobre as alegrias e os desafios de empreender e inovar.
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Um dos palestrantes foi a administradora Ana Paula, que criou um startup de bem-estar animal chamada Ecobea. A proposta é bem interessante, sobretudo porque a Ana Paula não tem formação na área de ciências agrárias, desmistificando um pensamento de quem apenas é formado no campo pode emplacar boas ideias. A Ana Paula mostrou como seguindo orientações técnicas, estudando o mercado e, acima de tudo, com muita garra e vontade de vencer, é possível alcançar bons resultados.
Acredito que não existe área do mercado de trabalho hoje que existam tantas vagas em aberto que o aluno ou recém-formado não precise pensar seriamente na possibilidade de empreender e inovar. Na área de tecnologia, por exemplo, há muitas vagas não preenchidas todos os anos, mas sem sempre elas vão ao encontro daquilo que o aluno espera. É comum hoje na geração Z os profissionais preferirem trabalhar de casa, porém muitas empresas não querem. Ou ainda a firma quer jornada de trabalho de 40h semanais de segunda a sexta, contudo, o profissional zela pela flexibilidade. Sem contar que o empreendedorismo e a inovação vão possibilitar realizar sonhos mais audaciosos, como ser dono de uma empresa de sucesso, algo que o funcionário, por melhor empregado que seja, jamais poderá alcançar.
Por razões como essas insisto que meus alunos não podem passar os anos de universidades apenas dedicando-se a ir bem nas matérias. É claro que isso é imprescindível, jamais negaria isso. Todavia, não dá mais para ater-se apenas a isso. Ainda que o profissional não tenha sonhos mais audaciosos, não haverá espaço para todos no mercado de trabalho nas condições que as pessoas esperam.
A geração Z (nascidos no século XXI até 2014), da grande maioria dos meus alunos, tem uma forma de encarar o trabalho diferente dos Baby Boomers (nascidos nas décadas de 50 e 60) ou da geração X (décadas de 70 e 80). Para meus alunos o trabalho não é a principal ou a única forma de realização pessoal, pelo contrário, é um complemento da vida deles. Uma dimensão que faz sentido na medida em que contempla suas percepções de mundo. Assim, empreender e inovar é ainda mais necessário para encontrar esse caminho ;)
*Lucas V. de Araujo: PhD em Comunicação e Inovação (USP).
Jornalista Câmara de Mandaguari, Professor UEL, parecerista internacional e mentor de startups.
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