Analistas e consultores de mercado consultados pelo Banco Central na última sexta-feira elevaram, pela sétima semana seguida, suas expectativas de inflação para este ano, tanto no varejo quanto no atacado.
A média das perspectivas do Boletim Focus, distribuído hoje, indica que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deve fechar o ano em 6,96%, contra 6,79% na semana passada, e cada vez mais distante da meta oficial de inflação, que foi fixada em 5,5%.
Para este mês, o IPCA foi estimado em 0,67% (cálculo anterior era de 0,63%) e a projeção para julho eleva para 0,82% no boletim da semana passada, para 0,90% agora.
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Até mesmo o Índice de Preços ao Consumidor da Fundação Instituto de Pesquisa Econômica (IPC-Fipe) da Universidade de São Paulo (USP), que mede a variação de preços só na capital paulista, e mantinha a projeção mais baixa, já aposta numa inflação de 6% neste ano.
No atacado, os cálculos projetam índices mais altos. É caso do Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna (IGP-DI), que aponta para inflação de 10,98%, e do Índice Geral de Preços de Mercado (IGP-M), que estima patamar semelhante (10,97%).
Enquanto isso, os preços administrados ou monitorados (combustíveis, energia, telefonia, transporte etc.), que eram estimados em 7,56%, na semana anterior, terão os reajustes de tarifas elevados para o acumulado de 7,80% no ano, de acordo com o mercado.
O Boletim Focus indica que o saldo da balança comercial deve melhorar mais ainda, passando da estimativa anual de US$ 27 bilhões para US$ 27,51 bilhões, contribuindo para a elevação, também, do superávit anual nas transações correntes, que passariam de US$ 3,50 bilhões para US$ 4,20 bilhões. Na contramão desse movimento positivo, os investimentos estrangeiros diretos devem cair de US$ 10,62 bilhões para US$ 10,50 bilhões. A estimativa, há um mês, era de US$ 12 bilhões.
As estimativas do mercado permanecem iguais quanto à taxa de câmbio, que deve ser de R$ 3,10 por dólar no encerramento do ano; a taxa básica de juros (Selic) poderá cair mais um ponto percentual no próximo semestre, dos atuais 16% para 15% ao ano; e a dívida líquida do setor público será de 57% do Produto Interno Bruto (PIB).
ABr