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'Inovação e empreendedorismo'

Os degraus da inovação: desafio de formar bons profissionais

Lucas V. de Araujo* - Colunista da FOLHA
17 out 2022 às 08:01
- Marcelo Camargo/ Agência Brasil
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Desde que comecei a pesquisar e trabalhar com inovação, há quase dez anos, tenho me

debruçado sobre um dos pilares desse tema: a formação de mão de obra. Tido pelo Banco

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Mundial como um dos elementos mais importantes, senão o determinante, desenvolver novos

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profissionais é um desafio para todos os países e no Brasil a situação é ainda mais complicada.

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Dias atrás disse que diploma universitário deixou de ser garantia de emprego. Dentre as razões,

o fato de que agora é preciso usar o curso superior para inovar, pois aumentou o número de

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graduados e também em decorrência da mudança no trabalho, cada vez mais automatizado.


A partir do mesmo raciocínio, entendemos como é preciso subir alguns degraus para gerar

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inovação. Além de ser um profissional bem formado tecnicamente, é necessário um conjunto de

elementos, como um ambiente propício para a criatividade e o surgimento de novas ideias, para

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as pessoas criarem soluções. Aí reside um dos grandes problemas brasileiros: ainda não

conseguimos passar do primeiro degrau, formar bons profissionais em termos técnicos.

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Em alguns setores, como de Tecnologia da Informação e da Comunicação (T.I.C), o número de

graduados está bem abaixo do mínimo necessário. Como é um setor flexível, pessoas com

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graduação em outras áreas ou sem formação universitária acabam suprindo a demanda, fora o

fato de que o teletrabalho acabou com limitações geográficas.


Na maioria das áreas, porém, a situação é preocupante. Em torno de 50% dos graduados atuam

em áreas distintas daquelas que se formaram. Meu leitor cético deve estar pensando: mas isso

não tem a haver apenas com a questão da inovação! Também precisamos levar em conta o

aumento expressivo na oferta de vagas nas universidades privadas, cursos que apresentam

menor demanda por mão de obra, cursos muito procurados pelos universitários, mas saturados

no mercado de trabalho, etc. Meu caro leitor tem razão. Todos esses elementos precisam ser

considerados, mas o fato que mais preocupa é o que está sendo feito para que os recém-

formados de hoje e de amanhã tenham condições de gerar inovação.


Com raras exceções, inovação e empreendedorismo não fazem parte da grade curricular dos

cursos de graduação nas melhores universidades públicas. A Universidade de São Paulo (USP)

é uma exceção, mas ainda assim em forma de disciplina optativa, isto é, o aluno escolhe se quer

aprender a inovar e empreender. Nas universidades públicas no Paraná, pouquíssimos cursos

têm mecanismos permanentes de incentivo. No Brasil todo o que prevalece nas instituições

públicas, onde se tradicionalmente produz inovação e de onde saíram os melhores

empreendedores do país, são agências de inovação que fazem um bom trabalho, mas não

conseguem alcançar a grande maioria dos estudantes.


O resultado: empresas com demandas urgentes por inovação, que muitas vezes são importadas.

Este é um dos resultados das minhas pesquisas de pós-doutorado pela USP, assunto para novas

colunas ;)


*Lucas V. de Araujo: PhD em Comunicação e Inovação (USP). Jornalista na Câmara de Vereadores de

Mandaguari, professor da Universidade Estadual de Londrina (UEL) e parecerista internacional. Autor do livro “Inovação em Comunicação no Brasil”.

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