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Primeira parcela do 13º não anima comerciantes

Carmem Murara - Folha do Paraná
29 nov 2000 às 11:28

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O pagamento da primeira parcela do 13º salário deve ser feito amanhã, dia 30, pelas empresas. A previsão do Departamento Intersindical de Estudos Econômicos (Dieese) avalia que devem ser injetados na economia do Paraná, R$ 850 milhões. A previsão é que as duas parcelas do 13º salário movimentem R$ 1,7 bilhão adicionais na economia do Estado. Apesar disso, o comércio não está animado com um aumento imediato nas vendas de final de ano.

Os lojistas avaliam que os consumidores vão optar pelo pagamento das dívidas agora e vão partir para as compras após o pagamento da segunda parcela. Para o vice-presidente da Associação Comercial do Paraná (ACP), Elcio Ribeiro, o impacto das salários nas vendas de Natal ocorre após o pagamento do salário de dezembro, normalmente no quinto dia últil do mês. Isso porque os consumidores procuram saldar tudo que devem com a primeira parceira do 13º salário, ganhando um fôlego para pequenas compras com o salário do mês. "Mas o grande boom das compras ocorre perto do dia 20 de dezembro, quando entra em circulação a segunda parcela do 13º salário", acredita.

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Para Ribeiro, a vedete de consumo esse ano está em dois estremos. De um lado, as pessoas de poder aquisitivo maior desejam comprar um DVD (aparelho eletrônico para vídeos digitais) como sonho de consumo. De outro, o patinete ainda está na onda. Segundo o comerciante, faltou patinete no Dia das Crianças e muitas famílias ainda vão comprar o brinquedo para as crianças no Natal.

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A ACP prevê um aumento de 5% nas vendas de Natal e revela otimismo com o final de ano. Ribeiro explica que nos últimos dois anos o aumento nas vendas vem ocorrendo com solidez. "Esse percentual de 5% não é pouco porque representa um acréscimo ao aumento de vendas já registrados em anos anteriores", explica.

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Nas lojas os consumidores ainda estão fazendo pesquisas de preços, diz o vice-gerente das lojas Colombo, Adriano Wolf. Ele destaca que os consumidores estão com os pés no chão esse ano e não devem comprar presentes em grande quantidade. "Pelo contrário, a gente constata que as compras estão sendo bem pensadas e não existe mais aquela febre em consumir." Wolf constata ainda que os consumidores estão pensando em comprar eletrodomésticos, dando de entrada uma parte do 13º salário.


As lojas Bahia estão com uma perspectiva mais otimista. Elas pensam em vender 20% mais este ano em relação ao ano passado. Apostam nos televisores de 29 polegadas para alavancar as vendas de outros itens nas lojas.

Nas lojas Dudek, a expectativa em relação às vendas de Natal é de cautela. O empresário Eduardo Dudek diz que o consumidor está pensando mais na hora de comprar, resultado do aperto financeiro que vive. A situação econômica dos consumidores ainda é delicada e os aumentos nas tarifas públicas, pedágio e outros tiram parte da renda do assalariado. Com isso pouco sobra para as compras, lamenta o empresário. Segundo ele, já foi o tempo que o comércio vendia bastante no final do ano. Mas ele não perde o otimismo. "No fim das contas, um aparelho de som sempre sai", lembra.


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