A Volkswagen/Audi demitiu nesta quinta-feira 350 funcionários que trabalham na fábrica de São José dos Pinhais. Foi a primeira grande demissão de metalúrgicos desde que as montadoras se instalaram e começaram a produzir na Região Metropolitana de Curitiba. A empresa alegou redução em seus negócios e queda nas exportações para a Argentina para justificar o corte.
As demissões atingiram 50% dos funcionários efetivados. O restante tinha contrato temporários de prestação de serviço. Em meados do ano passado, a montadora contratou 700 empregados por tempo determinado para atender à crescente demanda do mercado nacional. Havia ainda uma necessidade de aumentar a produção para abastecer o mercado externo. As exportações estavam em crescimento.
Em nota divulgada à imprensa, a Audi informou que não se concretizará a previsão de exportação para os Estados Unidos e Canadá prevista para este ano. A estimativa inicial de venda, em torno de 101 mil carros, ficará abaixo, diz o comunicado. Outro fator que pressionou a Audi a demitir foi a crise recessiva da Argentina, que também reduziu a compra de carros produzidos em São José dos Pinhais.
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O Sindicato dos Metalúrgicos ouviu as justificativas dos diretores da montadora, mas não aceitou os argumentos. O secretário geral do sindicato Cláudio Gramm avaliou que a demissão foi na verdade uma "peneirada" para selecionar os melhores. "Eles contrataram mais gente do que precisavam para ver quem era mais qualificado. O problema é que muitos tinham emprego estável e pediram demissão para ir para a Audi, sem saber que seriam demitidos meses depois", reclamou.
Com a presença do vice-presidente de Recursos Humanos da VW/Audi, Fernando Tadeu Peres, os diretores da Audi fizeram uma reunião pela manhã no Sindicato para comunicar a redução de pessoal. O sindicato e a comissão de fábrica da montadora chegaram a pedir a abertura de um programa de demissão voluntária. O pedido não foi aceito.
Em nota divulgada à imprensa, a Audi informou que tinha 2.182 funcionários em janeiro de 2000 e passou a contar com o trabalho de 3.352 em dezembro, o que representa um crescimento de 54%. A empresa alega que mesmo com o corte, o número de funcionários neste mês ainda é 38% superior em relação a janeiro do ano passado.